domingo, 12 de junho de 2016

ODE AO FUTEBOL .

Amor ao Cachecol .

O cachecol era parte importante do ritual da bola .
Havia sempre vários espalhados pela casa, de diferentes
tamanhos, cores e feitios, mas sempre com o emblema das 
águias a encimar o altar benfiquista .

Acompanhava-te religiosamente nas noites gloriosas da
Luz, ou estava aos ombros ou em lugar de de destaque
no sofá ou por cima da televisão .

Era uma espécie de amuleto .


Ia contigo para toda a parte,
mesmo para a Alemanha, no teu último campeonato Eu-
ropeu , onde Portugal teve um participação gratificante .

Andavas numa máquina formidável, um Mercedes SLK,
e alternavas os jogos. com os tratamentos, sempre abraça-
do ao cachecol  .

Mas não Ganhámos .

No campeonato anterior que se realizou em Portugal, 
estivemos por uma unha negra .
Fomos a penalties na meia final, e eu não consegui ver os
jogos . Sòzinho na rua, sem encontrar ninguém  , ia
pontuando os golos pelo ruído provocado pelos golos de Por-
tugal .

Então, quando foi a cena das grandes penalidades, ia dando
em doido .

Era um espectáculo a que eu  já assistira várias vezes, com
luzinhas sempre a acender e a apagar ,
sempre à espera de golo do Chalana, do Carlos Manuel, do
Néné ou do Nuno Gomes, que fizesse explodir o Estádio da
Luz , espalhando alegria transbordante .

Depois era a magia da hola estonteante, rodando, rodando 
até ao climax  .

Na final contra a Grécia perdemos por um golo idiota,
num jogo de má memória .

Os cachecóis regressaram murchos, quase envergonhados,
mas de novo foram hasteados com orgulho e devoção, com
amor e e respeito .

Ainda hoje conservas o teu em lugar de honra, a recordar
os dias felizes que o Benfica e a Selecção Nacional te propor-
cionaram .

Et Pluribus Unum .
.