terça-feira, 28 de junho de 2016

CARTA A UMA VELHA AMIGA .

Há muito tempo que não te vejo, 
que não sei nada de ti 
Que não te oiço falar 
nem acompanho a tua saúde .

Já quase me habituei a não 
pensar em ti .

Para quem jurou uma amizade eterna,
tornou-se curta a tua memória .

Terei que passar a viver noutro planeta, 
noutro país, noutro bairro, 
noutra linguagem, noutra símbolosgia.

Ofereci-te tudo o que podia,
mas não quiseste arrecadar,
e olha que não  por falta de empenho .

Burro velho não aprende línguas,
mas podias ao menos soletrar ,
ou usar linguagem gestual .

Nem as histórias dos ouriços. 
nem dos burros teimosos,
te conseguiram demover .

Talvez que um dia,
noutra incarnação,
consigas acordar do meu lado .
.