sexta-feira, 10 de junho de 2016

A PEREGRINAÇÃO - 2 .

A pouco e pouco íamos saíndo da casca,
apoiados pelos mais velhos do Lar .
O Presidente do Lar era muitas vezes um a pessoa
da casa, e em regra escolhido entre os melhores alu-
nos .

Depois havia o Calado um matulão que era membro
desde a fundação . E havia dois ou três finalistas,
e houve obras na casa, durante alguns meses,
nesse ano uma grande renovação, com a entrada de
seis novos caloiros, entre os quais eu me incluía .

Era uma vida dura para quem quisesse tirar o curso,

(coisa diferente era querer ser
engenheiro) 

ainda por cima para que, como eu tinha entrado por
exame de aptidão, tão fraquinho vinha eu de um co-
légio privado da Covilhã, onde a realidade era com-
pletamente diferente da que se vivia no meio univer-
sitário .

Ainda hoje estou para compreender 
atravessei imune 
o calvário do Técnico .

Tive grandes amigos, inúmeras cumplicidades e bebia
todas as manhas para facilitar a vida dos estudantes .
Por outro lado, os directores do IST utilizavam toda a ar-
tilharia pesada para destruir os pobres alunos .

Era uma guerra surda,
autêntica luta de guerrilhas .

Professores malucos, exames forjados, alteração de 
curricula, notas discricionárias, esquecimento do lan-
çamento das notas nas pautas, professores que viviam 
no reino do faz de conta, selecção de questionários pa-
ra chumbo certo, etc, etc . 


A Escola, o Ensino,
a Universidade,
continuavam na Idade Média .
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