Os cafés de Lisboa,
lugares de culto e de estudo .
Muitos estudantes demandavam a capital para frequentar
os seus cursos superiores .
Por exemplo, os cursos de engenharia completos, de seis anos
e estágios, só estavam disponíveis em Lisboa, no IST, na Uni-
versidade Técnica da Capital .
O mesmo acontecia com quase todos os outros cursos, à excep-
ção do que se passava em Coimbra, e em parte, no Porto .
A maior parte da malta residia nalguns lares estudantis, muito
poucos, a grande massa dos estudantes vivia em quartos aluga-
dos, distribuídos um pouco por toda a cidade .
Comia-se nas cantinas universitárias, e estudava-se nos
cafés .
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A vida estudantil era muito ingrata para os alunos das classes
pequena e média burguesia .
Dirão muitos que hoje é que é difícil .
Coitados, não sabem nada ...
Tudo girava em torno da Escola e das Associações de estudantes,
estas organizadas para preparar a malta para o estudo, para o ci-
vismo, para a cooperação e a partilha e para a observância da De-
mocracia dos Direitos Humanos .
A Praxe era uma excrescência,
que nunca existiu, no meu tempo, em Lisboa .
Chegava a passar 24 horas seguidas no que hoje poderemos chamar
de Campus Universitário, do Lar da AEIST, para as aulas, destas
para a Associação, para as aulas outra vez, e à noite de regresso ao
Lar, onde pernoitávamos .
( Fui há 2 ou 3 semanas ao jantar do 50º. aniversário do Lar ) .
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