Coisa estranha o tempo .
Curiosa abstracção que dá que pensar, e que domina tão
marcadamente a nossa vida .Ontem
Ontem era Novembro, hoje é Dezembro .
Como a nossa vida era regida por ciclos, uns maiores, ou-
tros mais pequenos, um que que ia do nascimento, até à
morte de um a pessoa, e era Deus que marcava o compas-
so, outro , mais regular, que nos indicava o movimento do
Sol, atrás da Lua, o aparecimento do dia, alternando sem-
pre com a escuridão, como se os astros andassem a brincar
à apanhada .
Como devia ter sido confuso viver no
mundo das trevas, emque nunca sabíamos
a quantas andávamos .
E no entanto, o tempo não existe .
O que existe, é a nossa capacidade de ir pontuando os factos
que nos acontecem e que decidem a nossa vida, uns agradá-
veis, outros de dor e sofrimento, uns que nos pontificam a
nossa alegria e a nossa felicidade, outros que nos dão conta dos
factos pesares e desgraças . .
É a Vida.
Deus lá sabe .
O que tem que ser, tem muita força .
Veremos o que acontece .
Sabe-se lá quando .
O futuro não se conhece .
Até que inventámos o calendário ...
Invenção poderosa, decisiva, que hoje nos faz sorrir, porque
as coisas mais importantes, nos parecem insignificantes .
Os homens, seres pensantes, senhores dos seus poderes,
talvez devessem parar algum tempo para reflectir um pouco
sobre estas ninharias .
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