Não sei se alguma vez me cruzei com Mário Soares
antes do 25 de Abril .
Julgo que foi o tempo em que esteve em que esteve no
degredo em S. Tomé e Príncipe,
e posteriormente no exílio em Paris, ainda antes de se
ter criado o PS, na Alemanha Federal .
Viria a conhecê-lo já na Democracia,
um pouco por todo o lado .
Por exemplo, aquando das eleições presidenciais, ao fa-
zer campanha, na rua de Santo António, em pleno centro
de Faro .
Quando deste pela sua presença, correste a casa, para em-
punhares a bandeira do partido , e vieste cumprimentá-lo,
quando ele metia conversa com um turista .
Mais tarde, começou a tua forte ligação ao PS, tecida por
imensos contactos e reuniões, amalgamada por imensas vi-
tórias e algumas derrotas .
Foi Mário Soares que te presenteou com o Prémio de me-
lhor aluno finalista do Colégio Moderno, no ano de 1979 .
Soares era como se fosse da família .
Acompanhaste-o ao longo de toda a tua vida, nas tuas boas
e desditas horas . Seguia-lo para todo o lado, admirava-lo,
sempre com a bandeirinha em riste, a mesma bandeira que
tens no coração e que está aos teus pés, bem juntinha a ti .
Quando tu soubeste da sua candidatura a PR, estavas muito
triste pois as sondagens eram muito pessimistas .
Lembro-me de ter comentado contigo os teus receios e de
te ter dito :
Deixa lá, já somos 3 a votar em Mário Soares, tu, eu e o pró-
prio Mário Soares .
E ele acabou por vencer, ainda que por uma margem muito
estreita .
Um destes dias, o presidente Soares irá certamente fazer-te
companhia lá no infinito, companhia que tu lhe proporcio-
naste sempre,na tua passagem terrena .
Um grande beijinho,
OS PAIS .
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