segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Questão de tempo .

As catedrais levavam séculos a erigir .
Era esse o relógio que marcava o tempo nas sociedades 
pré-industriais . O ritmo da vida era demasiado lento para
acudir às grandes transformações sociais e políticas já que 
se adivinhavam . 

Era como se o tempo tivesse parado .

Hoje em dia, tudo acontece à velocidade da luz . e numa 
realidade virtual estonteante .
É impossível travar os acontecimentos quotidianos .
Antes de acordarmos, já o destino de milhões de pessoas es-
tá determinado, para o bem e para o mal .

O domínio do mundo é cada vez mais de quem possui os ins-
trumentos que condicionam a informação e os meios da sua 
difusão, mais ainda do que a posse dos vectores tecnológicos .

A adaptação às novas realidades não acompanha ritmo do res-
surgimento e ampliação das tecnologias sempre em evolução .
O tempo de mudança das novas plataformas, mal chega para 
se processar o completo uso de uma nova aplicação .

Recordo-me  dos anos 50/60, em que as grandes firmas de ma-
terial fotográfico, aguardavam o fim do uso generalizado da 
película a preto e branco, para ser espalhado no mercado, da 
fotografia a cores .

A concorrência e a espionagem tecnológica, sempre à espreita,
destruiram por completo tal facto .

Hoje em dia, quem se atrasar um segundo que seja, está liqui-
dado .
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