Tantas vezes que atravessei a Europa .
Tomei contacto com vários e diferentes povos,
em muitos dos quais nunca deixou de imperar um nacio-
nalismo serôdio .
Foi importante tentar descortinar as suas diferenças e as
suas semelhanças .
Nas primeiras vezes que viajava, Portugal era olhado de
lado, com uma certa condescendência, tratado como um
país de 2ª. classe, pelos chamados países civilizados, ou
tidos como mais avançados .
Portugal era colocado entre os povos em transição, como
se tivessem de atravessar uma certa adolescência, até atin-
gir a maturidades social e política, ao lado da Grécia, Tur-
quia, Jugoslávia, da Polónia e da Albânia .
A entrada na CEE veio alterar um
pouco esse estado de coisas .
Passei ao estatuto de caloiro bem comportado, com acesso
a bolsas de estudo e a fundos comunitários .
Tinha voto igual aos demais, exercia a regra da unanimida-
de, mas seria fortemente criticado se alguma vez ousasse
votar contra qualquer coisa .
Foi o 25 de Abrir que viria pôr Portugal,
a pouco e pouco, no mapa,
Tinha-se transformado num caso para estudo, de toda aque-
inteligência, que vinha estudar como foi possível fazer
uma Revolução com cravos, e ainda protagonizada por
militares.
Só então os bárbaros do Norte começaram
a bater a bola mais baixinho .
Jamais lhes passaria pela cabeça,
que um dia viríamos a ser
CAMPEÕES DA EUROPA ...
.