terça-feira, 6 de dezembro de 2016

O CALOIRO .

Tantas vezes que atravessei a Europa .
Tomei contacto com vários e diferentes povos,
em muitos dos quais nunca deixou de imperar um nacio-
nalismo serôdio .

Foi importante tentar descortinar as suas diferenças e as
suas semelhanças .

Nas primeiras vezes que viajava, Portugal era olhado de 
lado, com uma certa condescendência, tratado como um
país de 2ª. classe, pelos chamados países civilizados, ou
tidos como mais avançados .

Portugal era colocado entre os povos em transição, como 
se tivessem de atravessar uma certa adolescência, até atin-
gir a maturidades social e política, ao lado da Grécia, Tur-
quia, Jugoslávia, da Polónia e da Albânia .

A entrada na CEE veio alterar um 
pouco esse estado de coisas .

Passei ao estatuto de caloiro bem comportado, com acesso
a bolsas de estudo e a fundos comunitários .
Tinha voto igual aos demais, exercia a regra da unanimida-
de, mas seria fortemente criticado se alguma vez ousasse 
votar contra qualquer coisa .

Foi o 25 de Abrir que viria pôr Portugal, 
a pouco e pouco, no mapa, 

Tinha-se transformado num caso para estudo,  de toda aque-
inteligência, que vinha  estudar como foi possível fazer 
uma Revolução com cravos, e ainda protagonizada por 
militares.

Só então os bárbaros do Norte começaram 
a bater a bola mais baixinho .

Jamais  lhes passaria pela cabeça, 
que um dia viríamos a ser 
CAMPEÕES DA EUROPA ...

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