Aos combatentes anónimos
da Liberdade .
Passados tantos anos,
voltei ao lar da AEIST,
Associação de Estudantes do IST . que me acolheu durante
toda a década de 60, primeiro ao longo de todo o curso, de-
pois grande parte dos anos de serviço militar .
Que tempo prenhe de emoções, umas boas, outras muito
difíceis .
Entrei por acaso, por ter encontrado o Luís Calado, o patri-
arca do Lar, que logo me acarinhou e me tornou um dos seus
pupilos .
Começou a funcionar em 1956,
mas pouco depois sofreu obras de melhoramento .
Havia muitas vagas, e entrámos nesse ano, seis caloiros .
Ao invés do que acontecia em Coimbra,
a entrada de novos estudantes era uma festa, em que a malta
jovem era encaminhada para a sua nova vida estudantil .
Era a recepção aos novos alunos,
e logo entrei com todo o prazer nessa nova comunidade .
Vivia-se então sob o signo do
Dia do Estudante .
que ainda hoje faz ecoar tempos de festa,
mas também tempos de luta,
pela liberdade
e pela defesa dos estudantes e das suas organizações .
Era um combate difícil, cheio de perigos e dificuldades, que
muitas vezes conduzia à prisão, à tortura ou à expulsão e à in-
corporação compulsiva no exército e o envio para as colónias .
Quantos não passaram por essas provações .
Daí, o meu respeito e a minha e a minha admiração por todos
esses combatentes da Liberdade que , a seu jeito, estavam a cho-
car o ovo da Revolução, que já conseguíamos lobrigar, muito ao
longe .
O Lar da AEIST,
foi uma espécie de galinheiro de aves sedentas de Vida, de Jus-
tiça e de Liberdade .
Obrigado a todos que comigo, pertenceram a esse exército
que sempre lutou por esses ideais .
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