Era uma vez uma parelha de burros, tão burros que
se deixaram apanhar na armadilha de serem atrelados
a uma carroça, e tão distraídos se encontravam um com
o outro, que deixaram de ligar ao que se passava em
seu redor .
Como estavam os dois quase sempre de acordo, puxa-
vam, por norma, a carripana sempre para o mesmo sí-
tio, lado a lado, sem criar problemas de maior .
Passado algum tempo, quiseram a olhar mais para a
paisagem e começaram a querer fazer força, cada um
lado diferente, quando não em sentidos opostos .
Começaram então a discutir cada vez mais, a não se
entenderem e, a certa altura, numa fúria, quebraram
as amarras da gerigonça, e foram à vida, cada um para
seu lado .
Hoje, andam por aí, procurando novas pastagens,
sem companhia, mas em liberdade .
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