Já me cansa esta lonjura
Já me cansa esta lonjura
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem anda de noite à procura
Já me cansa esta lonjura
Já me cansa esta lonura
Quantas vidas eu já vivi ,
Vida de cigano, desde sempre, em busca do amanhã que
nunca chegava .
Vida apressada, sempre com o medo de chegar atrasado .
Vida retalhada, espalhada pelos sete campos do mundo .
Vida sofrida, pelas circunstâncias adversas sentidas .
Vida apagada, sempre com o desejo de a acender .
Vida após vida, até encontrar a própria vida, um dia .
Talvez um dia lá consiga chegar .
Quem sabe, um dia .
.
quinta-feira, 30 de novembro de 2017
quarta-feira, 29 de novembro de 2017
Coração de Cristal .
Deixei cair no chão
o meu pequeno coração de cristal .
Materialmente pouco valia, tinha apenas um grande
valor de estimação, pelo que constituía uma uma ri-
queza incalculável .
Caiu sem eu querer, por qualquer gesto em falso, ou
por falta de jeito, sem prestar a devida atenção .
Estatelou-se na calçada e desfez-se em mil pedaços
pequeninos,
De cabeça baixa, bem andei tempo sem conta, à pro-
cura dos bocados espalhados ao acaso .
Perdi-me de desespero, nessa procura sem tino e sem
sucesso .
Ninguém tentou ajudar-me, nem sequer esboçar o mí-
nimo gesto para me ajudar .
Agora deambulo por aí, desanimado e triste, em busca
do meu coração quebrado .
É a vida .
.
o meu pequeno coração de cristal .
Materialmente pouco valia, tinha apenas um grande
valor de estimação, pelo que constituía uma uma ri-
queza incalculável .
Caiu sem eu querer, por qualquer gesto em falso, ou
por falta de jeito, sem prestar a devida atenção .
Estatelou-se na calçada e desfez-se em mil pedaços
pequeninos,
De cabeça baixa, bem andei tempo sem conta, à pro-
cura dos bocados espalhados ao acaso .
Perdi-me de desespero, nessa procura sem tino e sem
sucesso .
Ninguém tentou ajudar-me, nem sequer esboçar o mí-
nimo gesto para me ajudar .
Agora deambulo por aí, desanimado e triste, em busca
do meu coração quebrado .
É a vida .
.
terça-feira, 28 de novembro de 2017
O ESTICAR DO ELÁSTICO .
Algo vai mal
no reino da Geringonça .
Fui dos raros militantes do PS a perceber a necessidade
de experimentar a solução governativa da dita Gerin-
gonça .
Marcelo apadrinhou a ideia, apesar do rosnar dos parti-
dos da direita, que sempre tentaram opor-se-lhe com to-
da a força .
Entendo que no funcionamento da gigajoga , nesta solução
de Governo, seja sempre necessária uma certa tensão en-
tre os partidos que a sustentam .
Faz parte do jogo político .
Aliás, essa tensão ajuda a manter a colagem dos pedaços
que a integram .
O facto é que dois anos se passaram sem grandes sobres-
saltos, apesar dos partidos revanchistas tudo terem feito
para desmanchar a união de facto da esquerda .
No entanto, começa a haver fortes sinais que essa maione-
se começa a deslaçar, tentando desfazer o nó cego que a
sustenta .
A proximidade das eleições que já se prefiguram no hori-
zonte, não explica tudo
A perda de gás do Partido Comunista, que tem vindo a
aumentar a pressão reivindicativa da CGTP, como um
toque a reunir de certos grupos profissionais, também não,
apesar da força da rua dos sindicatos, designadamente os
que estão ligados ao ensino .
Há qualquer coisa de estranho no seio
da coligação .
O caso, de Tancos,
e as calamidades dos incêndios
florestais,
vieram dar uma uma grande facada na Geringonça, mau
grado o bom desempenho dos indicadores económicos e fi-
nanceiros .
O Presidente fez acentuar as pretensões de um regresso rá-
pido ao círculo do poder, estimulando os passos de valsa do
PPD/PSD e do CDS/PP .
Contudo, o pouco entusiasmo da corrida ao cargo de Secre-
tário Geral do PPD, com dois galitos de Barcelos , franzinos
e depenados até ao osso, que se vêm exibido pobremente na
arena do poder,
deixam alguma esperança de que a Geringonça poderá ainda
sobreviver mais algum tempo, apesar da insegurança e do
atabalhoamento demonstrado pelo PS, a dar mostras de algu-
ma desorientação, como se tivesse sido atingi-do por uma enor-
me trovoada seca .
.
no reino da Geringonça .
Fui dos raros militantes do PS a perceber a necessidade
de experimentar a solução governativa da dita Gerin-
gonça .
Marcelo apadrinhou a ideia, apesar do rosnar dos parti-
dos da direita, que sempre tentaram opor-se-lhe com to-
da a força .
Entendo que no funcionamento da gigajoga , nesta solução
de Governo, seja sempre necessária uma certa tensão en-
tre os partidos que a sustentam .
Faz parte do jogo político .
Aliás, essa tensão ajuda a manter a colagem dos pedaços
que a integram .
O facto é que dois anos se passaram sem grandes sobres-
saltos, apesar dos partidos revanchistas tudo terem feito
para desmanchar a união de facto da esquerda .
No entanto, começa a haver fortes sinais que essa maione-
se começa a deslaçar, tentando desfazer o nó cego que a
sustenta .
A proximidade das eleições que já se prefiguram no hori-
zonte, não explica tudo
A perda de gás do Partido Comunista, que tem vindo a
aumentar a pressão reivindicativa da CGTP, como um
toque a reunir de certos grupos profissionais, também não,
apesar da força da rua dos sindicatos, designadamente os
que estão ligados ao ensino .
Há qualquer coisa de estranho no seio
da coligação .
O caso, de Tancos,
e as calamidades dos incêndios
florestais,
vieram dar uma uma grande facada na Geringonça, mau
grado o bom desempenho dos indicadores económicos e fi-
nanceiros .
O Presidente fez acentuar as pretensões de um regresso rá-
pido ao círculo do poder, estimulando os passos de valsa do
PPD/PSD e do CDS/PP .
Contudo, o pouco entusiasmo da corrida ao cargo de Secre-
tário Geral do PPD, com dois galitos de Barcelos , franzinos
e depenados até ao osso, que se vêm exibido pobremente na
arena do poder,
deixam alguma esperança de que a Geringonça poderá ainda
sobreviver mais algum tempo, apesar da insegurança e do
atabalhoamento demonstrado pelo PS, a dar mostras de algu-
ma desorientação, como se tivesse sido atingi-do por uma enor-
me trovoada seca .
.
sábado, 25 de novembro de 2017
O Princípio da Incerteza .
Temos um País à beira mar plantado,
de brandos costumes,
com bons ventos e bons casamentos,
sempre com sol na eira e chuva no nabal .
Pode ser que chova,
mas amanhã pode fazer sol .
Pode ser que calhe .
Quem sabe .
O diabo não está sempre detrás da porta .
O azar bateu-nos à nossa casa ,
Mas no fim tivemos sorte .
Se tiver que ser .
Nunca se sabe .
Adivinhar o futuro .
Veio mesmo a calhar .
Por pouco não lhe acertou em cheio .
Segundos anos e tínhamos sido sido apanhados
e tínhamos quinado .
Isso é que foi sorte .
Foi Deus que nos guiou .
Fomos salvos pelo gong, no último instante .
Está-se mesmo a ver .
Quem espera, desespera .
Ninguém espera milagres .
Só Deus sabe .
Tinha que ser .
Há horas felizes .
Foi o acaso .
Vamos a ver o que nos calha na rifa .
Se Deus quiser .
Vamos a ver .
O futuro a Deus pertence .
Calhou assim .
Se a minha avó não morresse .
Saíu-nos na rifa .
Deus não dorme .
Há horas felizes .
Ia-mos ganhando a sorte grande .
Quase acertámos no totobola .
Tivemos a terminação .
Que grande galo .
Foi por um triz .
Por pouco, ficávamos milionários .
A ver vamos, se nos sai qualquer coisinha .
Guardado está o bocado,
para quem o há-de comer .
O que tem que ser tem muita força .
Alguma vez tinha que ser .
Dá Deus as as nozes, a quem não tem dentes .
Temos o destino marcado .
Ainda não tinha chegado a nossa vez .
Andamos a jogar na roleta russa .
Foi a sorte ou o destino .
Venha o diabo e escolha .
De candeia às avessas .
Veio ter-lhe às mãos .
Caíu do céu .
Não há-de ser nada .
Quando os animais falavam
e as galinhas tinham dentes .
Sorte madrasta .
Fazer por isso .
Foi sem querer .
Quem havia de dizer .
Sem saber ao que vinha .
Andar ao engano .
Aguentar-se no balanço .
Fugir a sete pés .
Dar um passo maior do que a perna .
Desenrascar .
Ver para crer ,
Andar às cegas .
Perder o juízo .
Errar é humano .
Com a verdade me enganas .
Andar à babugem .
Quem procura sem encontrar,
acaba por achar sem procurar .
A andar é que se faz o caminho .
Devagar que estou com pressa .
Correr atrás do prejuízo .
.
de brandos costumes,
com bons ventos e bons casamentos,
sempre com sol na eira e chuva no nabal .
Pode ser que chova,
mas amanhã pode fazer sol .
Pode ser que calhe .
Quem sabe .
O diabo não está sempre detrás da porta .
O azar bateu-nos à nossa casa ,
Mas no fim tivemos sorte .
Se tiver que ser .
Nunca se sabe .
Adivinhar o futuro .
Veio mesmo a calhar .
Por pouco não lhe acertou em cheio .
Segundos anos e tínhamos sido sido apanhados
e tínhamos quinado .
Isso é que foi sorte .
Foi Deus que nos guiou .
Fomos salvos pelo gong, no último instante .
Está-se mesmo a ver .
Quem espera, desespera .
Ninguém espera milagres .
Só Deus sabe .
Tinha que ser .
Há horas felizes .
Foi o acaso .
Vamos a ver o que nos calha na rifa .
Se Deus quiser .
Vamos a ver .
O futuro a Deus pertence .
Calhou assim .
Se a minha avó não morresse .
Saíu-nos na rifa .
Deus não dorme .
Há horas felizes .
Ia-mos ganhando a sorte grande .
Quase acertámos no totobola .
Tivemos a terminação .
Que grande galo .
Foi por um triz .
Por pouco, ficávamos milionários .
A ver vamos, se nos sai qualquer coisinha .
Guardado está o bocado,
para quem o há-de comer .
O que tem que ser tem muita força .
Alguma vez tinha que ser .
Dá Deus as as nozes, a quem não tem dentes .
Temos o destino marcado .
Ainda não tinha chegado a nossa vez .
Andamos a jogar na roleta russa .
Foi a sorte ou o destino .
Venha o diabo e escolha .
De candeia às avessas .
Veio ter-lhe às mãos .
Caíu do céu .
Não há-de ser nada .
Quando os animais falavam
e as galinhas tinham dentes .
Sorte madrasta .
Fazer por isso .
Foi sem querer .
Quem havia de dizer .
Sem saber ao que vinha .
Andar ao engano .
Aguentar-se no balanço .
Fugir a sete pés .
Dar um passo maior do que a perna .
Desenrascar .
Ver para crer ,
Andar às cegas .
Perder o juízo .
Errar é humano .
Com a verdade me enganas .
Andar à babugem .
Quem procura sem encontrar,
acaba por achar sem procurar .
A andar é que se faz o caminho .
Devagar que estou com pressa .
Correr atrás do prejuízo .
.
quinta-feira, 23 de novembro de 2017
Um País miserável .
Não vou perorar sobre
os anos 40 e 50 .
Portugal foi sempre um País muito pobre, em ideias
e em recursos .
As dificuldades que se lhe apresentaram no início do
Séc. XX, com imensas trocas e baldrocas de paridos
e de governos, além de que Portugal foi extraordina-
riamente sangrado pela criminosa Grande Guerra
de 14/18, em que nos envolvemos, em defesa das nos-
sas Colónias.
Saltemos pois, para os anos 60, do Século passa-
do .
Cheguei a Lisboa em Out. de 1960, e entrei logo para
o Lar da AEIST, que iria ser a minha morada duran-
te 10 anos, situado no cimo da Av. Almirante Reis, no
fim da Cidade .
Cedo tomei conhecimento de um dos maiores bairros
da lata, que saía do Areeiro e ia desembocar no Bairro
da Buraca . Outro grande bairro ia da Av. Paiva Cou-
ceiro e terminava em Xabregas .Um terceiro bairro da
Lata, acompanhava a antiga estrada (militar) que di-
vidia os Conselhos de Lisboa e Loures .
E tantos outros .
Era impossível não conviver com a miséria sempre pre-
sente na Cidade, visível em tudo e sob todos os aspectos .
Muita gente ainda andava descalça pelas ruas, a mendi-
cidade era uma realidade cruel, e alimentada pelo hábi-
to generalizado da esmolinha .
Os cuidados médicos eram muito rudimentares, talvez
com a excepção do Programa Nacional de Vacinação .
Tratar dos dentes era um luxo só acessível a uma elite
e parte da classe médica esclarecida .
Andava-se na pendura dos eléctricos, para poupar no
custo dos bilhetes . Andar de táxi era um luxo só usado
para uma necessidade .
As refeições eram quase exclusivamente tomadas em ca-
sa, salvo em algumas ocasiões festivas ou em cerimónias
excepcionais .
Isto era o trivial nas cidades grandes .
Na província, sobretudo nos meios fabris, ou em famílias
muito numerosas, o nível de vida das populações baixava
muito .
.
Como tantas vezes, no decurso da nossa História, o pão
não chegava para todos, ou era muito mal distribuído .
Tivémos de ir manducá-lo, para outras paragens longín-
quas e, muitas vezes bastante inóspitas .
Deste modo, a Diáspora Portuguesa implantou-se pelo
Mundo inteiro, até em Ilhas que eu só conheci dos selos
publicados em França, como viria a ser o caso da Ilha de
Saint Bartelemy, nas Caraíbas, recentemente destruída
por um furacão, e onde labutavam mais de mil portugue-
ses, na construção civil .
Percorremos o Mundo, viajámos pelos 5 mares e, com
uma imensa capacidade de adaptação, arranjámos abri-
go onde houvesse capacidade para oferecer a nossa força
de trabalho .
Com a independência do Congo ex-Belga, milhares de
portugueses fixados nessas paragens tiveram que deman-
dar outros países em África e nas Américas, e até na Ásia .
Foi então que descobriram o Éden europeu, num Conti-
nente devastado pelo inferno nazista, e que urgia recons-
truir em força .
Foi a época doirada das gentes desvairadas que partiam
a salto de lapin, dezenas ou centenas de milhares, que se
acoitavam nos imensos bidonvilles de Paris e seus arre-
dores .
Vinha em bandos e mandavam, levar as famílias, logo que
pudessem, famílias inteiras com ranchos de filhos .
Terá sido, porventura, o maior êxodo de portugueses fugi-
dos de Portugal, só talvez comparável com a expulsão dos
Judeus pela Inquisição .
TRISTE PAÍS ESTE, que leva a vida
a expatriar-se, uma e outra vez, sem
poder vir morrer na terra onde nas-
ceu .
Sem pessoas para cuidar das terras, Portugal vai-se es-
vaíndo lenta, mas inexoravelmente,
até se transformar num deserto de pedras e mato selva-
gem, com o beneplácito de Costas e Marcelos, que só ago-
ra descobriram os nomes e as vidas dos Portugueses que
vivem e morrem, teimando sempre que um dia virão ser
contemplados no sorteio da vida .
Choram agora
fingidas lágrimas de crocodi-
lo,
que, infelizmente, chegam tarde demais .
As cheias de 1967 .
Tinha acabado o Curso e tinha passado por Coimbra, para
ser operado no Hospital Universitário, e aguardava a chama-
da para a tropa .
Passei por um difícil período de reflexão, no sentido de equa-
cionar o dilema de ir ou não ir para a guerra .
Acabei por arriscar ficar e aguardar as consequências .
Era uma questão muito delicada, essa do Serviço Militar .
A alternativa era desertar, e ter que viver no estrangeiro, sa-
be lá quanto tempo e em que condições, longe da Família e
dos amigos .
Em Outubro de 67,
tínha-me candidatado a um lugar de professor do ensino tecni-
co-profissional, na Escola Secundária Patrício Prazeres, em Lis-
boa .
Era aí que me encontrava no Dia 25 de Novembro, desse ano .
Pouca gente conheceu aquele lugar, à época .
Paredes meias com o infernal Bairro do Vale Escuro, numa zona
onde parecia ter caído uma bomba da IIª. Guerra, localizado nu-
ma terra de ninguém, habitada por um formigueiro de gente des-
graçada, onde escorria a céu aberto, uma enorme cloaca fétida,
que ia desaguar perto de Santa Apolónia, dir-se-ia que vivía-se na-
quele lugar, a meio caminho entre a terra e o inferno .
Nunca tinha atravessado o Bairro a pé, nem sequer de dia .
Naquela noite de 27 de Novembro, de 1967,
Estava a chover com intensidade, o que era normal naquela altura
do ano .
.
Constava que tinha caído uma tromba de água na região de Lisboa .
O Conselho Directivo da Escola ia reunir, para dar instruções aos
alunos . Alguns dos professores resolveram sair o mais depressa pos-
sível, alguém tinha trazido o carro, e fugimos pela Av. Afonso III e
já foi difíl passar na Praça do Chile, pois a água já cobria as rodas
do carro .
Chovia que Seus a dava . Só de atravessar a rua, fiquei enxarcado
até aos ossos .
Fui deitar-me, com o meu rádio de pilhas, que nunca me abandona-
va, e fiquei a ouvir as notícias .
Na Praça de Espanha, um autocarro de dois andares tinha ficado pa-
rado, com os passageiros resguardados no piso superior, tiveram os
bombeiros que ir resgatá-los pelas janelas superiores .
Como o Campo Grande, a Praça era considerada uma zona facilmen-
te alagável, como tantas outras na Cidade de Lisboa - Algés, Avenida
da Índia, toda a zona ribeirinha do Rio Tejo .
Acabei por me deixar dormir .
A coisa estava a ficar muito feia, mas muito longe do que iria encon-
trar no dia seguinte .
Levantei-me cedo, como sempre, com a Cidade muito silenciosa, e fui
comprar o jornal .
Fiquei aterrado .
Há muito que se contavam os mortos, os jornaís já iam na 3ª. edição .
Fui tentar tomar o pequeno almoço na Pastelaria Veneza, ao Campo
Grande .
A Pastelaria, pura e simplesmente, tinha desaparecido .
Fiquei estarrecido .
Só então, comecei a ter a noção da enorme tragédia que tinha aconte-
cido durante a noite .
A pouco e pouco, é que íamos tomando conhecimento da enormidade
dos acontecimentos, à medida que a censura ia libertando algumas-
(poucas) notícias que iam surgindo a conta gotas, ou através de infor-
mações que nos eram transmitidas de boca em boca .
Os responsáveis políticos dessa altura, através da polícia política, obri-
garam a rádio e a televisão enviaram a seguinte ordem -
-a partir de agora, mais ninguém morre .
Tinha sido escondida a contagem dos corpos, que atingiu mais de sete-
centos, número que ainda hoje não está devidamente estabelecido .
Dava no entanto, para deixar à mostra, as miseráveis condições de vida
que então eram mantidas, em especial nas zonas de fronteira entre as
cidades e os miseráveis arrabaldes que as cercavam .
Foi uma descoberta estonteante, sobretudo para os jovens universitários
e para a esquerda de matriz católica e social .
Como era possível sobreviver em Portugal,
nos anos 60, em condições tão degradantes .
O drama foi completamente encoberto pelas autoridades portuguesas .
Recordo que, o Exército Português, através do Serviço Cartográfico, do
Exército, na Divisão de Fotografia e Cinema, curiosamente onde mais
tarde viria a ser incorporado, a tropa havia sido mobilizada para cobrir
o País com as reportagens da tragédia, quase em regime de exclusividade .
Foi aí, que acedi a muitas das imagens então publicadas por esse Serviço,
e muitas outras que só vieram à luz, nos nossos dias .
Era assim Portugal,
uma terra execrável e horrorosa .
.
.
os anos 40 e 50 .
Portugal foi sempre um País muito pobre, em ideias
e em recursos .
As dificuldades que se lhe apresentaram no início do
Séc. XX, com imensas trocas e baldrocas de paridos
e de governos, além de que Portugal foi extraordina-
riamente sangrado pela criminosa Grande Guerra
de 14/18, em que nos envolvemos, em defesa das nos-
sas Colónias.
Saltemos pois, para os anos 60, do Século passa-
do .
Cheguei a Lisboa em Out. de 1960, e entrei logo para
o Lar da AEIST, que iria ser a minha morada duran-
te 10 anos, situado no cimo da Av. Almirante Reis, no
fim da Cidade .
Cedo tomei conhecimento de um dos maiores bairros
da lata, que saía do Areeiro e ia desembocar no Bairro
da Buraca . Outro grande bairro ia da Av. Paiva Cou-
ceiro e terminava em Xabregas .Um terceiro bairro da
Lata, acompanhava a antiga estrada (militar) que di-
vidia os Conselhos de Lisboa e Loures .
E tantos outros .
Era impossível não conviver com a miséria sempre pre-
sente na Cidade, visível em tudo e sob todos os aspectos .
Muita gente ainda andava descalça pelas ruas, a mendi-
cidade era uma realidade cruel, e alimentada pelo hábi-
to generalizado da esmolinha .
Os cuidados médicos eram muito rudimentares, talvez
com a excepção do Programa Nacional de Vacinação .
Tratar dos dentes era um luxo só acessível a uma elite
e parte da classe médica esclarecida .
Andava-se na pendura dos eléctricos, para poupar no
custo dos bilhetes . Andar de táxi era um luxo só usado
para uma necessidade .
As refeições eram quase exclusivamente tomadas em ca-
sa, salvo em algumas ocasiões festivas ou em cerimónias
excepcionais .
Isto era o trivial nas cidades grandes .
Na província, sobretudo nos meios fabris, ou em famílias
muito numerosas, o nível de vida das populações baixava
muito .
.
Como tantas vezes, no decurso da nossa História, o pão
não chegava para todos, ou era muito mal distribuído .
Tivémos de ir manducá-lo, para outras paragens longín-
quas e, muitas vezes bastante inóspitas .
Deste modo, a Diáspora Portuguesa implantou-se pelo
Mundo inteiro, até em Ilhas que eu só conheci dos selos
publicados em França, como viria a ser o caso da Ilha de
Saint Bartelemy, nas Caraíbas, recentemente destruída
por um furacão, e onde labutavam mais de mil portugue-
ses, na construção civil .
Percorremos o Mundo, viajámos pelos 5 mares e, com
uma imensa capacidade de adaptação, arranjámos abri-
go onde houvesse capacidade para oferecer a nossa força
de trabalho .
Com a independência do Congo ex-Belga, milhares de
portugueses fixados nessas paragens tiveram que deman-
dar outros países em África e nas Américas, e até na Ásia .
Foi então que descobriram o Éden europeu, num Conti-
nente devastado pelo inferno nazista, e que urgia recons-
truir em força .
Foi a época doirada das gentes desvairadas que partiam
a salto de lapin, dezenas ou centenas de milhares, que se
acoitavam nos imensos bidonvilles de Paris e seus arre-
dores .
Vinha em bandos e mandavam, levar as famílias, logo que
pudessem, famílias inteiras com ranchos de filhos .
Terá sido, porventura, o maior êxodo de portugueses fugi-
dos de Portugal, só talvez comparável com a expulsão dos
Judeus pela Inquisição .
TRISTE PAÍS ESTE, que leva a vida
a expatriar-se, uma e outra vez, sem
poder vir morrer na terra onde nas-
ceu .
Sem pessoas para cuidar das terras, Portugal vai-se es-
vaíndo lenta, mas inexoravelmente,
até se transformar num deserto de pedras e mato selva-
gem, com o beneplácito de Costas e Marcelos, que só ago-
ra descobriram os nomes e as vidas dos Portugueses que
vivem e morrem, teimando sempre que um dia virão ser
contemplados no sorteio da vida .
Choram agora
fingidas lágrimas de crocodi-
lo,
que, infelizmente, chegam tarde demais .
As cheias de 1967 .
Tinha acabado o Curso e tinha passado por Coimbra, para
ser operado no Hospital Universitário, e aguardava a chama-
da para a tropa .
Passei por um difícil período de reflexão, no sentido de equa-
cionar o dilema de ir ou não ir para a guerra .
Acabei por arriscar ficar e aguardar as consequências .
Era uma questão muito delicada, essa do Serviço Militar .
A alternativa era desertar, e ter que viver no estrangeiro, sa-
be lá quanto tempo e em que condições, longe da Família e
dos amigos .
Em Outubro de 67,
tínha-me candidatado a um lugar de professor do ensino tecni-
co-profissional, na Escola Secundária Patrício Prazeres, em Lis-
boa .
Era aí que me encontrava no Dia 25 de Novembro, desse ano .
Pouca gente conheceu aquele lugar, à época .
Paredes meias com o infernal Bairro do Vale Escuro, numa zona
onde parecia ter caído uma bomba da IIª. Guerra, localizado nu-
ma terra de ninguém, habitada por um formigueiro de gente des-
graçada, onde escorria a céu aberto, uma enorme cloaca fétida,
que ia desaguar perto de Santa Apolónia, dir-se-ia que vivía-se na-
quele lugar, a meio caminho entre a terra e o inferno .
Nunca tinha atravessado o Bairro a pé, nem sequer de dia .
Naquela noite de 27 de Novembro, de 1967,
Estava a chover com intensidade, o que era normal naquela altura
do ano .
.
Constava que tinha caído uma tromba de água na região de Lisboa .
O Conselho Directivo da Escola ia reunir, para dar instruções aos
alunos . Alguns dos professores resolveram sair o mais depressa pos-
sível, alguém tinha trazido o carro, e fugimos pela Av. Afonso III e
já foi difíl passar na Praça do Chile, pois a água já cobria as rodas
do carro .
Chovia que Seus a dava . Só de atravessar a rua, fiquei enxarcado
até aos ossos .
Fui deitar-me, com o meu rádio de pilhas, que nunca me abandona-
va, e fiquei a ouvir as notícias .
Na Praça de Espanha, um autocarro de dois andares tinha ficado pa-
rado, com os passageiros resguardados no piso superior, tiveram os
bombeiros que ir resgatá-los pelas janelas superiores .
Como o Campo Grande, a Praça era considerada uma zona facilmen-
te alagável, como tantas outras na Cidade de Lisboa - Algés, Avenida
da Índia, toda a zona ribeirinha do Rio Tejo .
Acabei por me deixar dormir .
A coisa estava a ficar muito feia, mas muito longe do que iria encon-
trar no dia seguinte .
Levantei-me cedo, como sempre, com a Cidade muito silenciosa, e fui
comprar o jornal .
Fiquei aterrado .
Há muito que se contavam os mortos, os jornaís já iam na 3ª. edição .
Fui tentar tomar o pequeno almoço na Pastelaria Veneza, ao Campo
Grande .
A Pastelaria, pura e simplesmente, tinha desaparecido .
Fiquei estarrecido .
Só então, comecei a ter a noção da enorme tragédia que tinha aconte-
cido durante a noite .
A pouco e pouco, é que íamos tomando conhecimento da enormidade
dos acontecimentos, à medida que a censura ia libertando algumas-
(poucas) notícias que iam surgindo a conta gotas, ou através de infor-
mações que nos eram transmitidas de boca em boca .
Os responsáveis políticos dessa altura, através da polícia política, obri-
garam a rádio e a televisão enviaram a seguinte ordem -
-a partir de agora, mais ninguém morre .
Tinha sido escondida a contagem dos corpos, que atingiu mais de sete-
centos, número que ainda hoje não está devidamente estabelecido .
Dava no entanto, para deixar à mostra, as miseráveis condições de vida
que então eram mantidas, em especial nas zonas de fronteira entre as
cidades e os miseráveis arrabaldes que as cercavam .
Foi uma descoberta estonteante, sobretudo para os jovens universitários
e para a esquerda de matriz católica e social .
Como era possível sobreviver em Portugal,
nos anos 60, em condições tão degradantes .
O drama foi completamente encoberto pelas autoridades portuguesas .
Recordo que, o Exército Português, através do Serviço Cartográfico, do
Exército, na Divisão de Fotografia e Cinema, curiosamente onde mais
tarde viria a ser incorporado, a tropa havia sido mobilizada para cobrir
o País com as reportagens da tragédia, quase em regime de exclusividade .
Foi aí, que acedi a muitas das imagens então publicadas por esse Serviço,
e muitas outras que só vieram à luz, nos nossos dias .
Era assim Portugal,
uma terra execrável e horrorosa .
.
.
Uma questão de sede .
Ia uma velhinha muito aflita no combóio com uma
grande sede, a lamentar-se insistentemente, em alta
voz :
- Ai, que sede que eu tenho;
- Ai, que sede que eu tenho .
Com tanta lamúria, alguém se levantou do lugar e
apressou-se a ir buscar água, para saciar a sede da
da pobre senhora .
Ela pôs a garrafa à boca e bebeu sofregamente o pre-
cioso líquido.
Passados alguns minutos, a velhota recomeçou a lada-
ínha, e levou o resto da viagem a qeieixar-se :
-Ai, que sede que eu tinha;
-Ai, que sede que eu tinha .
Não sei porquê,
vieram-me à ideia algumas das patranhas mais rebus-
cadas dos partidos da direita conservadora .
O que vale é que os cães ladram,
e a caravana lá vai passando .
.
grande sede, a lamentar-se insistentemente, em alta
voz :
- Ai, que sede que eu tenho;
- Ai, que sede que eu tenho .
Com tanta lamúria, alguém se levantou do lugar e
apressou-se a ir buscar água, para saciar a sede da
da pobre senhora .
Ela pôs a garrafa à boca e bebeu sofregamente o pre-
cioso líquido.
Passados alguns minutos, a velhota recomeçou a lada-
ínha, e levou o resto da viagem a qeieixar-se :
-Ai, que sede que eu tinha;
-Ai, que sede que eu tinha .
Não sei porquê,
vieram-me à ideia algumas das patranhas mais rebus-
cadas dos partidos da direita conservadora .
O que vale é que os cães ladram,
e a caravana lá vai passando .
.
Balada da Chuva .
Batem leve, levemente,
como quem chama por mim .
Será vento, será neve,
granizo não é certamente,
e o nevoeiro não bate assim .
Fui ver,
a chuva caía,
branda e leve,
molhada e fria,
à quanto tempo a não via,
ó que saudades, meus Deus .
.
como quem chama por mim .
Será vento, será neve,
granizo não é certamente,
e o nevoeiro não bate assim .
Fui ver,
a chuva caía,
branda e leve,
molhada e fria,
à quanto tempo a não via,
ó que saudades, meus Deus .
.
O SONHO .
... E sonhei .
Sonhei que estava a chover pão .
É criança,
deita-te no chão
e abre a boca .
José Gomes Ferreira
.
Sonhei que estava a chover pão .
É criança,
deita-te no chão
e abre a boca .
José Gomes Ferreira
.
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
Grande Seca .
CONSTRUAM-ME,
PORRA !...
Só os Alentejanos, gerações e gerações de alentejanos,
crestados ao sol, a trabalhar do nascer ao pôr do sol,
para receber uma côdea, e às vezes, acabar por serem
enfiados na prisão, só por se queixarem da fome que os
seus filhos passavam,
podem entender o verdadeiro significado de uma gran-
de seca .
Quantas dificuldades, quantas lutas, quantas greves,
quanta fome sofrida a pedir o pão e a água, a que os
mandantes, senhores feudais, faziam orelhas moucas,
negando-lhes o mínimo resalho e exigir-lhe alimento pa-
ra a boca .
É por isso que o Alqueva, projecto metido na gaveta du-
rante décadas a fio, só recentemente foi apoiado e apro-
vado por iniciativa de um governo do Partido Socialista .
e constitui hoje uma bandeira vermelha para todo o povo
português .
E foi lançado com a oposição dos partidos da direita .
Como seria a actual seca, se a Barragem do Alqueva ain-
da estivesse por construir, como foi e seria desejo do sen-
hor Cavaco Silva ?.
.
PORRA !...
Só os Alentejanos, gerações e gerações de alentejanos,
crestados ao sol, a trabalhar do nascer ao pôr do sol,
para receber uma côdea, e às vezes, acabar por serem
enfiados na prisão, só por se queixarem da fome que os
seus filhos passavam,
podem entender o verdadeiro significado de uma gran-
de seca .
Quantas dificuldades, quantas lutas, quantas greves,
quanta fome sofrida a pedir o pão e a água, a que os
mandantes, senhores feudais, faziam orelhas moucas,
negando-lhes o mínimo resalho e exigir-lhe alimento pa-
ra a boca .
É por isso que o Alqueva, projecto metido na gaveta du-
rante décadas a fio, só recentemente foi apoiado e apro-
vado por iniciativa de um governo do Partido Socialista .
e constitui hoje uma bandeira vermelha para todo o povo
português .
E foi lançado com a oposição dos partidos da direita .
Como seria a actual seca, se a Barragem do Alqueva ain-
da estivesse por construir, como foi e seria desejo do sen-
hor Cavaco Silva ?.
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sexta-feira, 17 de novembro de 2017
A Estrada 236 .
Pedrógão Grande .
Os vendedores de sonhos .
Quanto mais o tempo passa, mais eu sinto aquelas
trágicas sombras cravarem-se no meu espírito,
aquelas manchas negras, de um lado e do outro da
estrada, serão gente, ou apenas as cinzas ali deixa-
das naquela estrada da morte, presas nos automóveis
calcinados, como se tivesse havido uma descida aos in-
fernos .
Será que ainda lá estão os restos mortais, ou apenas
as almas, daqueles que tentavam fugir ao vendaval de
fogo, aprisionados à hora errada, no tempo errado ,
num terrível holocausto à beira da estrada .
Quem se esqueceu deles, quem os guiou para a morte,
quem não envidou esforços para evitar tão macabra fa-
talidade ?.
Como foi possível tão horrendo massacre, em pleno Sec.
XXI, num país que se gaba de ter atingido um tão eleva-
do grau de modernidade .
É fácil agora esgrimir culpas, sacudindo a águas sujas do
capote .
Mas logo, ali mesmo, no trágico local, a culpa foi assacada
a quem não exibiu um ar suficientemente pungente, capaz
de importunar os mais incautos .
Nesta história, fomos todos
culpados .
Não há inocentes .
Como no romance de Hemingway,
o narrador perguntava :
"Se ouvires um sino a tocar,
não perguntes por quem ele dobra,
ele dobra por ti " (e por mim também ).
.
Os vendedores de sonhos .
Quanto mais o tempo passa, mais eu sinto aquelas
trágicas sombras cravarem-se no meu espírito,
aquelas manchas negras, de um lado e do outro da
estrada, serão gente, ou apenas as cinzas ali deixa-
das naquela estrada da morte, presas nos automóveis
calcinados, como se tivesse havido uma descida aos in-
fernos .
Será que ainda lá estão os restos mortais, ou apenas
as almas, daqueles que tentavam fugir ao vendaval de
fogo, aprisionados à hora errada, no tempo errado ,
num terrível holocausto à beira da estrada .
Quem se esqueceu deles, quem os guiou para a morte,
quem não envidou esforços para evitar tão macabra fa-
talidade ?.
Como foi possível tão horrendo massacre, em pleno Sec.
XXI, num país que se gaba de ter atingido um tão eleva-
do grau de modernidade .
É fácil agora esgrimir culpas, sacudindo a águas sujas do
capote .
Mas logo, ali mesmo, no trágico local, a culpa foi assacada
a quem não exibiu um ar suficientemente pungente, capaz
de importunar os mais incautos .
Nesta história, fomos todos
culpados .
Não há inocentes .
Como no romance de Hemingway,
o narrador perguntava :
"Se ouvires um sino a tocar,
não perguntes por quem ele dobra,
ele dobra por ti " (e por mim também ).
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quinta-feira, 16 de novembro de 2017
SUBSCRIÇÃO NACIONAL .
As árvores da Islândia .
Por mais estranho que possa parecer, a Islândia
é um país onde não existem árvores .
Seis meses sem se poder produzir a fotossíntese e a
fome desalmada dos carneiros à solta pela Ilha, qual-
quer esgalinho que tenha a ousadia de surgir, é ime-
diatamente devorado .
No hall central do Aeroporto de Reykyavik, a capital
da Islândia, existe uma caixa para donativos, não para
angariar fundos para obras de caridade ou para a cons-
trução de um monumento qualquer .
As moedas deitadas na caixa revertem exclusivamen-
te, para a plantação de árvores .
Que contraste com Portugal, onde as árvores, aos mil-
hões, são deixadas ao Deus dará, e acabam todos os
anos reduzidas a cinzas ...
Se cada português ( o preço seria a combinar), plan-
tasse uma árvore por ano, rapidamente teríamos de
volta o Pinhal de Leiria e uma boa parte das matas da
Serra da Estrela .
Para além da ideia,
contribuo desde já com a verba equi-
valente ao plantio de 4 árvores .
.
Por mais estranho que possa parecer, a Islândia
é um país onde não existem árvores .
Seis meses sem se poder produzir a fotossíntese e a
fome desalmada dos carneiros à solta pela Ilha, qual-
quer esgalinho que tenha a ousadia de surgir, é ime-
diatamente devorado .
No hall central do Aeroporto de Reykyavik, a capital
da Islândia, existe uma caixa para donativos, não para
angariar fundos para obras de caridade ou para a cons-
trução de um monumento qualquer .
As moedas deitadas na caixa revertem exclusivamen-
te, para a plantação de árvores .
Que contraste com Portugal, onde as árvores, aos mil-
hões, são deixadas ao Deus dará, e acabam todos os
anos reduzidas a cinzas ...
Se cada português ( o preço seria a combinar), plan-
tasse uma árvore por ano, rapidamente teríamos de
volta o Pinhal de Leiria e uma boa parte das matas da
Serra da Estrela .
Para além da ideia,
contribuo desde já com a verba equi-
valente ao plantio de 4 árvores .
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quarta-feira, 15 de novembro de 2017
REQUIEM pelos povos das Beiras .
Triste fado ser Beirão .
Fora dos grandes centros populacionais das terras beirãs, a
grande maioria das suas populações, vivia quase exclusiva-
mente uma agricultura de subsistência e da pastorícia .
Havia sempre uma pequena horta familiar, em regra com
plantação de vinha e, muitas vezes, de um pinhal repartido .
Nas serranias havia sempre um poço ou uma mina para a re-
ga e para as necessidades primárias .
A alimentação provinha do pedaço de terra comum e era com-
plementada pela criação de animais de pequeno porte .
A existência de porcos era mais rara e só os mais abastados
conseguiam lá chegar .
Levava-se o vinho a fazer na adega e o azeite no lagar .
Corta-se um ou dois pinheiros para a lenha, e o mato para fa-
zer a cama dos animais, que mais tarde era transformada em
estrume, para alimentar as terras.
Era a maneira ancestral de evitar
os incêndios florestais .
Havia fruta com fartura, de todas as variedades e preparada
de diversas maneiras, compotas, frutos secos, sumos .
Era o que se chamava uma alimen-
tação mediterrânea, mas em pobre
ou remediado .
Havia coisas que era necessário ir abastecer na mercearia ou
no talho .
Era portanto viver num sistema de trocas (era eu que vendia os
molhos de couves e outros vegetais, angariando algum provento
para a casa ) .
Uma tia minha era doceira, trazia os produtos necessários para
casa, e apresentava depois deliciosos bolos de encher o olho das
vizinhas . A gente, os mais miúdos, regalava-se em provar, lim-
pando a massa com o salazar e tendo direito a um pequeno pe-
daço da guloseima .
O resto era suprido pelo ordenado do meu pai .
Contado desta maneira, parecia que vivíamos no Paraíso Terreal .
(devo lembrar que quando eu nasci, a Grande Guerra ainda iria
durar mais três longos e dolorosos anos ).
A pouco e pouco, a vida iria transformar imenso, até se atingir o
holocausto das serras e das terras das beiras .
.
Quando do Big Bang, Deus criou o Mundo, criou os 4 elementos
da Natureza ,
Terra, Água, Ar e Fogo .
Todos importantes e cada qual com a sua finalidade .
Parece que o fogo foi somente para assustar os humanos, mas ve-
io a descobrir-se mais tarde, que tinha muitas outras utilidades de
grande importância .
Quando milhões de anos mais tarde, foi descoberto pelo Homem,
o nosso Planeta pulou e avançou, como bola colorida, entre as
mãos de uma criança .
O fogo é pois uma coisa boa .
O que é mau é a maneira errada e preversa como é utilizado e
abusado .
Voltando à realidade,
desde criança que convivo com a realidade dos fogos florestais .
Vivia à porta do Quartel de bombeiros da minha terra . Era sem-
pre o primeiro a aparecer, quando a sirène tocava , um toque para
a vila, dois toques, quando o fogo era fora .
E apareciam a correr os bombeiros a ataviar-se à pressa, até partir
o primeiro carro de socorro .
Ainda não se sabia bem onde era o fogo, mas como havia 4 estra-
das, para a Serra, para S. Romão, Nelas ou Gouveia,
nós, os mais miúdos deitava-nos a adivinhar o caminho seguido .
A nossa inocência marcava a terra com um acontecimento importante,
e não tínhamos ainda a noção dos perigos vividos, quer pelos bombeir-
os, quer pela povoações que circundavam as serranias .
Tudo fazia parte de um jogo, mais uma diversão aproveitada pelos lon-
gos dias de férias .
.
Porque ardem as Serras ?.
Sempre houve fogos florestais .
A prova mais evidente é que em todo o planalto central já só existem
pedras .
Existe alguma vegetação rasteira, disseminada nalguns sítios, como é o
caso Nave de Santo António, e numa imensa quantidade de pequenos
covões, de que o Covão da Ametade é o mais conhecido, pois coincide
com a nascente do Rio Zêzere .
No Verão , os rebanhos sobem à Serra e por aí permanecem até à che-
gada dos primeiros gelos, protegidos pelos cães Serra da Estrela, cães
especiais, treinados para a defesa e guarda dos animais e dos pastores .
Leões com corações de passarinho .
No Inverno, recolhem às aldeias, longe das ameaças dos lobos .
Para quem estiver interessado por este tema, aconselho a leitura do ro-
mance de Ferreira de Castro,
A LÃ E A NEVE.
Certamente que os pastores, na sua labuta, serão responsáveis, por
um ou outro fogo, mas sempre de pequena dimensão .
As causas dos fogos florestais são tantas e tão diversificadas, em es-
pecial os de grande dimensão, que agora todos andam em busca das
causas e dos responsáveis, tendo o vício chegado à Presidência da Re-
pública .
Devo confessar que imensos actores, de várias origens, de vários ofí-
cios, de todos os graus académicos, de muitas instituições, sabem o su-
ficiente para apontar aquelas causas dos incêndios, bem como pode-
riam ajudar a solucionar alguns dos problemas mais candentes dos fo-
gos, assim houvesse real interesse para minorar a tragédia vivida, em
maior ou menor grau, todos os anos pelos meses de Verão .
A memória dos homens é curta,
e a cupidez de alguns
não tem limites .
.
Fora dos grandes centros populacionais das terras beirãs, a
grande maioria das suas populações, vivia quase exclusiva-
mente uma agricultura de subsistência e da pastorícia .
Havia sempre uma pequena horta familiar, em regra com
plantação de vinha e, muitas vezes, de um pinhal repartido .
Nas serranias havia sempre um poço ou uma mina para a re-
ga e para as necessidades primárias .
A alimentação provinha do pedaço de terra comum e era com-
plementada pela criação de animais de pequeno porte .
A existência de porcos era mais rara e só os mais abastados
conseguiam lá chegar .
Levava-se o vinho a fazer na adega e o azeite no lagar .
Corta-se um ou dois pinheiros para a lenha, e o mato para fa-
zer a cama dos animais, que mais tarde era transformada em
estrume, para alimentar as terras.
Era a maneira ancestral de evitar
os incêndios florestais .
Havia fruta com fartura, de todas as variedades e preparada
de diversas maneiras, compotas, frutos secos, sumos .
Era o que se chamava uma alimen-
tação mediterrânea, mas em pobre
ou remediado .
Havia coisas que era necessário ir abastecer na mercearia ou
no talho .
Era portanto viver num sistema de trocas (era eu que vendia os
molhos de couves e outros vegetais, angariando algum provento
para a casa ) .
Uma tia minha era doceira, trazia os produtos necessários para
casa, e apresentava depois deliciosos bolos de encher o olho das
vizinhas . A gente, os mais miúdos, regalava-se em provar, lim-
pando a massa com o salazar e tendo direito a um pequeno pe-
daço da guloseima .
O resto era suprido pelo ordenado do meu pai .
Contado desta maneira, parecia que vivíamos no Paraíso Terreal .
(devo lembrar que quando eu nasci, a Grande Guerra ainda iria
durar mais três longos e dolorosos anos ).
A pouco e pouco, a vida iria transformar imenso, até se atingir o
holocausto das serras e das terras das beiras .
.
Quando do Big Bang, Deus criou o Mundo, criou os 4 elementos
da Natureza ,
Terra, Água, Ar e Fogo .
Todos importantes e cada qual com a sua finalidade .
Parece que o fogo foi somente para assustar os humanos, mas ve-
io a descobrir-se mais tarde, que tinha muitas outras utilidades de
grande importância .
Quando milhões de anos mais tarde, foi descoberto pelo Homem,
o nosso Planeta pulou e avançou, como bola colorida, entre as
mãos de uma criança .
O fogo é pois uma coisa boa .
O que é mau é a maneira errada e preversa como é utilizado e
abusado .
Voltando à realidade,
desde criança que convivo com a realidade dos fogos florestais .
Vivia à porta do Quartel de bombeiros da minha terra . Era sem-
pre o primeiro a aparecer, quando a sirène tocava , um toque para
a vila, dois toques, quando o fogo era fora .
E apareciam a correr os bombeiros a ataviar-se à pressa, até partir
o primeiro carro de socorro .
Ainda não se sabia bem onde era o fogo, mas como havia 4 estra-
das, para a Serra, para S. Romão, Nelas ou Gouveia,
nós, os mais miúdos deitava-nos a adivinhar o caminho seguido .
A nossa inocência marcava a terra com um acontecimento importante,
e não tínhamos ainda a noção dos perigos vividos, quer pelos bombeir-
os, quer pela povoações que circundavam as serranias .
Tudo fazia parte de um jogo, mais uma diversão aproveitada pelos lon-
gos dias de férias .
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Porque ardem as Serras ?.
Sempre houve fogos florestais .
A prova mais evidente é que em todo o planalto central já só existem
pedras .
Existe alguma vegetação rasteira, disseminada nalguns sítios, como é o
caso Nave de Santo António, e numa imensa quantidade de pequenos
covões, de que o Covão da Ametade é o mais conhecido, pois coincide
com a nascente do Rio Zêzere .
No Verão , os rebanhos sobem à Serra e por aí permanecem até à che-
gada dos primeiros gelos, protegidos pelos cães Serra da Estrela, cães
especiais, treinados para a defesa e guarda dos animais e dos pastores .
Leões com corações de passarinho .
No Inverno, recolhem às aldeias, longe das ameaças dos lobos .
Para quem estiver interessado por este tema, aconselho a leitura do ro-
mance de Ferreira de Castro,
A LÃ E A NEVE.
Certamente que os pastores, na sua labuta, serão responsáveis, por
um ou outro fogo, mas sempre de pequena dimensão .
As causas dos fogos florestais são tantas e tão diversificadas, em es-
pecial os de grande dimensão, que agora todos andam em busca das
causas e dos responsáveis, tendo o vício chegado à Presidência da Re-
pública .
Devo confessar que imensos actores, de várias origens, de vários ofí-
cios, de todos os graus académicos, de muitas instituições, sabem o su-
ficiente para apontar aquelas causas dos incêndios, bem como pode-
riam ajudar a solucionar alguns dos problemas mais candentes dos fo-
gos, assim houvesse real interesse para minorar a tragédia vivida, em
maior ou menor grau, todos os anos pelos meses de Verão .
A memória dos homens é curta,
e a cupidez de alguns
não tem limites .
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terça-feira, 14 de novembro de 2017
A VERGONHA .
" Para além do ser ou não ser
das palavras ocas,
penso nos outros, logo existo ".
Sinto vergonha por ser uma pessoa educada, sensível,
brincalhona, incapaz de fazer mal a uma mosca .
Não sou do tipo politicamente correcto, quando a polí-
tica tem vindo a ser erigida à custa de sucessivas incor-
recções e falácias, umas em cima das outras .
Serei sempre dos primeiros a gritar
O rei vai nú
mesmo quando ainda ninguém o consegue lobrigar .
Tenho vergonha de possuir a língua afiada, buscando
sempre achar o cisco no olho do parceiro, sem me acau-
telar a encontrar o argueiro no meu próprio olho .
Mas faço isso sem maldade, sim no intuito de tentar aju-
dar a colmatar um possível erro alheio .
As pessoas não toleram que algo seja posto em causa, mes-
mo quando essa atitude é feita com um bom propósito .
Sou um acérrimo crítico de mim próprio e sei reconhecer
quando algo vai mal no meu comportamento .
Mas os outros são de uma severidade extrema, quando fal-
ho nalgum pormenor .
Quando era puto, era o primeiro a encabeçar a lista dos
escolhidos para jogar à bola ou para qualquer outra brin-
cadeira .
Era a minha praia .
Hoje, viajo no último lugar da camioneta, e quase sem-
pre sem qualquer companhia .
Sou naturalmente espremido da dita sociedade bem compor-
tada e arrumada ,
E não é pelo facto de, por vezes, deixar escapar um ou outro
palavrão .
Sim, porque tenho a noção que dificilmente me concedem o
direito à diferença, sempre que a ocasião se proporciona,
qualquer que seja a natureza de tal diferença .
Tenho vergonha que tal aconteça tantas
vezes .
Sou o que se chama uma pessoa tolerada .
Só vêm a parte da minha carapaça externa .
Não se apercebem que, por detrás dessa aparência, existe outra
metade que os outros desconhecem ou não se interessam por co-
nhecer .
Esquecem-se do poeta que nos diz :
Que os desafinados também têm coração .
.
das palavras ocas,
penso nos outros, logo existo ".
Sinto vergonha por ser uma pessoa educada, sensível,
brincalhona, incapaz de fazer mal a uma mosca .
Não sou do tipo politicamente correcto, quando a polí-
tica tem vindo a ser erigida à custa de sucessivas incor-
recções e falácias, umas em cima das outras .
Serei sempre dos primeiros a gritar
O rei vai nú
mesmo quando ainda ninguém o consegue lobrigar .
Tenho vergonha de possuir a língua afiada, buscando
sempre achar o cisco no olho do parceiro, sem me acau-
telar a encontrar o argueiro no meu próprio olho .
Mas faço isso sem maldade, sim no intuito de tentar aju-
dar a colmatar um possível erro alheio .
As pessoas não toleram que algo seja posto em causa, mes-
mo quando essa atitude é feita com um bom propósito .
Sou um acérrimo crítico de mim próprio e sei reconhecer
quando algo vai mal no meu comportamento .
Mas os outros são de uma severidade extrema, quando fal-
ho nalgum pormenor .
Quando era puto, era o primeiro a encabeçar a lista dos
escolhidos para jogar à bola ou para qualquer outra brin-
cadeira .
Era a minha praia .
Hoje, viajo no último lugar da camioneta, e quase sem-
pre sem qualquer companhia .
Sou naturalmente espremido da dita sociedade bem compor-
tada e arrumada ,
E não é pelo facto de, por vezes, deixar escapar um ou outro
palavrão .
Sim, porque tenho a noção que dificilmente me concedem o
direito à diferença, sempre que a ocasião se proporciona,
qualquer que seja a natureza de tal diferença .
Tenho vergonha que tal aconteça tantas
vezes .
Sou o que se chama uma pessoa tolerada .
Só vêm a parte da minha carapaça externa .
Não se apercebem que, por detrás dessa aparência, existe outra
metade que os outros desconhecem ou não se interessam por co-
nhecer .
Esquecem-se do poeta que nos diz :
Que os desafinados também têm coração .
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segunda-feira, 13 de novembro de 2017
Coisas do outro mundo (Cont , ) .
O Professor Ramos,
o meu primeiro treinador de futebol .
Felizmente que havia a Escola, que nos ocupava uma boa
parte do dia .
O Prof. Ramos não era flor que se cheirasse .
Nunca o vi mostrar os dentes . Corria tudo à pancada .Tinha
vários instrumentos que usava para manter a ordem e o me-
do, que usava abundantemente . O filho mais novo, burro de
todo, era o mais sacrificado . Apanhava règuadas, levava com
o ponteiro e era corrido à bofetada .
Tudo isto, até ao intervalo .
Na 2ª. parte da aula, o professor transfigurava-se por imenso,
e ficava completamente diferente .
Era marado pelo futebol .
E a pancadaria tinha deixado de doer .
Preparavam as equipas, em que o nosso Professor escolhia al-
guns do seu agrado para a sua equipa, e eu, e mais dois ou três
que jogavam bem, eram os adversários .
E aquilo jogava-se forte e feio, rasgadinho, rasgadinho, como de
diz lá para o Norte .
O jogo não tinha duração marcada . Acabava quando o Profes-
sor entendia, mas desde que estivesse a ganhar .
Por isso, todos nós deixávamos coiro e cabelo espalhados pelo Es-
tádio improvisado, e batíamos-nos com grande valentia, quantas
das vezes, com as canelas e os joelhos maltratados, e depois tínha-
mos que passar pela revisão dos sapatos ou das botas cardadas, lá
em casa .
As tareias tinham sido completamente esquecidas, as dores já ha-
viam desaparecido .
Era a hora de esperar impacientemente pelo almoço, pois que já
todos sentíamos um buraco no estômago .
Amanhã era outro dia ...
.
o meu primeiro treinador de futebol .
Felizmente que havia a Escola, que nos ocupava uma boa
parte do dia .
O Prof. Ramos não era flor que se cheirasse .
Nunca o vi mostrar os dentes . Corria tudo à pancada .Tinha
vários instrumentos que usava para manter a ordem e o me-
do, que usava abundantemente . O filho mais novo, burro de
todo, era o mais sacrificado . Apanhava règuadas, levava com
o ponteiro e era corrido à bofetada .
Tudo isto, até ao intervalo .
Na 2ª. parte da aula, o professor transfigurava-se por imenso,
e ficava completamente diferente .
Era marado pelo futebol .
E a pancadaria tinha deixado de doer .
Preparavam as equipas, em que o nosso Professor escolhia al-
guns do seu agrado para a sua equipa, e eu, e mais dois ou três
que jogavam bem, eram os adversários .
E aquilo jogava-se forte e feio, rasgadinho, rasgadinho, como de
diz lá para o Norte .
O jogo não tinha duração marcada . Acabava quando o Profes-
sor entendia, mas desde que estivesse a ganhar .
Por isso, todos nós deixávamos coiro e cabelo espalhados pelo Es-
tádio improvisado, e batíamos-nos com grande valentia, quantas
das vezes, com as canelas e os joelhos maltratados, e depois tínha-
mos que passar pela revisão dos sapatos ou das botas cardadas, lá
em casa .
As tareias tinham sido completamente esquecidas, as dores já ha-
viam desaparecido .
Era a hora de esperar impacientemente pelo almoço, pois que já
todos sentíamos um buraco no estômago .
Amanhã era outro dia ...
.
domingo, 12 de novembro de 2017
O mundo paralelo .
Onde é que eu já ouvi falar do Qatar?.
E do Daguestão ?.
E do Sudão do Sul ?.
E do Curdistão ?.
E da República Cento Africana ?.
E da Faixa de Gaza?.
E da Líbia ?.
E do Afeganistão ?.
E do Iémen ?.
Grande confusão paira na minha cabeça ...
É o milagre da política externa dos Estados Unidos .
E da União Europeia .
Felizmente que a nós, mandam-nos para onde ou outros nos
quiserem, e para fazerem o que os outros exigirem .
O Trump parece um elefante numa loja de porcelana chinesa .
Ou um caixeiro viajante, vendendo preservativos e ogivas nu-
cleares, pastilhas elásticas e mísseis .
Muito bom para o negócio .
Uma bomba relógio ambulante .
Não será o Presidente dos USA, uma nova emanação do Mal,
que tem vindo a fazer vários pactos com o diabo ...
.
E do Daguestão ?.
E do Sudão do Sul ?.
E do Curdistão ?.
E da República Cento Africana ?.
E da Faixa de Gaza?.
E da Líbia ?.
E do Afeganistão ?.
E do Iémen ?.
Grande confusão paira na minha cabeça ...
É o milagre da política externa dos Estados Unidos .
E da União Europeia .
Felizmente que a nós, mandam-nos para onde ou outros nos
quiserem, e para fazerem o que os outros exigirem .
O Trump parece um elefante numa loja de porcelana chinesa .
Ou um caixeiro viajante, vendendo preservativos e ogivas nu-
cleares, pastilhas elásticas e mísseis .
Muito bom para o negócio .
Uma bomba relógio ambulante .
Não será o Presidente dos USA, uma nova emanação do Mal,
que tem vindo a fazer vários pactos com o diabo ...
.
PAI NOSSO
Pai nosso
Que estás no Céu
Santificado seja o Vosso nome
Seja feita a Vossa vontade
Assim na Terra como no Céu
Perdoai as nossas ofensas
A quem vos ofendeu
Perdoareis os vossas
A quem nos prejudicou
O pão nosso de cada dia
nos dai hoje
E não nos deixai cair na tentação
Que estás no Céu
Santificado seja o Vosso nome
Seja feita a Vossa vontade
Assim na Terra como no Céu
Perdoai as nossas ofensas
A quem vos ofendeu
Perdoareis os vossas
A quem nos prejudicou
O pão nosso de cada dia
nos dai hoje
E não nos deixai cair na tentação
A WEB SUMMIT .
Até a Santa Engrácia
se levantou da tumba .
Quem terá sido a cavalgadura que pôs à disposição o
Panteão Nacional, para a realização de eventos sociais,
como foi o caso do jantar/ festa/homenagem, realizado
por ocasião da Web Summit ?!..., evento deveras maca-
bro e de tão mau gosto .
Casa arrombada, trancas à porta .
Tarde e a más horas, Costa e Marcelo, vieram proibir a
utilização do Nobre Recinto, para merendas, ceatas, ou
qualquer outro tipo de eventos, de modo a preservar a di-
gnidade do Monumento .
Valha-me Santa Engrácia,
a Padroeira das obras inacabadas .
.
se levantou da tumba .
Quem terá sido a cavalgadura que pôs à disposição o
Panteão Nacional, para a realização de eventos sociais,
como foi o caso do jantar/ festa/homenagem, realizado
por ocasião da Web Summit ?!..., evento deveras maca-
bro e de tão mau gosto .
Casa arrombada, trancas à porta .
Tarde e a más horas, Costa e Marcelo, vieram proibir a
utilização do Nobre Recinto, para merendas, ceatas, ou
qualquer outro tipo de eventos, de modo a preservar a di-
gnidade do Monumento .
Valha-me Santa Engrácia,
a Padroeira das obras inacabadas .
.
Uma desgraça de País .
O PASSO MAIOR QUE A PERNA .
Já fomos os maiores do hoquei em patins,
agora somos os maiores do futebol na Europa .
Somos bons em muita coisa .
Conseguimos feitos formidáveis em tanta assuntos .
Bons na arte e na cultura .
Na moda e no calçado .
No palato e no tempero .
Nos fatos de cortiça .
No preparo dos acepipes .
Somos o máximo em tantas coisas .
Ele é aplicações informáticas, na medicina vamos à frente, na
investigação científica damos cartas em tantos domínios, vêm
cientistas de todo o Mundo( e não é só o clima, nem o vinho,
nem a paparoca, nem a fuga aos impostos, nem a brandura
dos costumes ), que nos trás cá e para cá .
Somos bons em muita coisa .
Temos a fama e o proveito .
Mas porque razão, somos tão imaturos noutras áreas, tão desor-
ganizados, tão trapalhões, tão pouco determinados, tão egoístas,
tão invejosos, tão dependentes do modismo estrangeiro, quando
os nossos recursos, a nossa inventiva, a nossa imaginação estão
mesmo aqui à mão, e temos que ir para fora, para longe, para
acrescentarmos valor e riqueza àquilo que nos pertence .
Que sempre foi nosso .
Claro que as coisas mais simples, são muitas vezes as mais difíceis
de conseguir .
Por amor de Deus,
não deitemos fogo a Portugal ...
.
Já fomos os maiores do hoquei em patins,
agora somos os maiores do futebol na Europa .
Somos bons em muita coisa .
Conseguimos feitos formidáveis em tanta assuntos .
Bons na arte e na cultura .
Na moda e no calçado .
No palato e no tempero .
Nos fatos de cortiça .
No preparo dos acepipes .
Somos o máximo em tantas coisas .
Ele é aplicações informáticas, na medicina vamos à frente, na
investigação científica damos cartas em tantos domínios, vêm
cientistas de todo o Mundo( e não é só o clima, nem o vinho,
nem a paparoca, nem a fuga aos impostos, nem a brandura
dos costumes ), que nos trás cá e para cá .
Somos bons em muita coisa .
Temos a fama e o proveito .
Mas porque razão, somos tão imaturos noutras áreas, tão desor-
ganizados, tão trapalhões, tão pouco determinados, tão egoístas,
tão invejosos, tão dependentes do modismo estrangeiro, quando
os nossos recursos, a nossa inventiva, a nossa imaginação estão
mesmo aqui à mão, e temos que ir para fora, para longe, para
acrescentarmos valor e riqueza àquilo que nos pertence .
Que sempre foi nosso .
Claro que as coisas mais simples, são muitas vezes as mais difíceis
de conseguir .
Por amor de Deus,
não deitemos fogo a Portugal ...
.
sábado, 11 de novembro de 2017
AS CARTAS DE AMOR .
.
"Todas as cartas de amor são ridículas,
por isso é que são cartas de amor ".
Cada vez mais me custa a escrever, seja o que for .
Dia após dia, me começo a confrontar com o papel em branco,
ou melhor, com o écran apagado .
Já me cansam as palavras,
já pouco me dizem .
Por isso vou ficando cada vez mais calado, pois deste modo fico
menos exposto à contradita, à crítica, ao paleio oco, à necessidade
de me confrontarem, sempre que abro a boca .
A minha vida foi-se complicando mais e mais, quando emito uma
opinião, por mais singela, que seja sobre bola, sobre política, ou
sobre outro assunto qualquer .
Tenho medo das palavras, mas abomino ainda mais, o silêncio .
"Todas as cartas de amor são ridículas,
por isso é que são cartas de amor ".
Cada vez mais me custa a escrever, seja o que for .
Dia após dia, me começo a confrontar com o papel em branco,
ou melhor, com o écran apagado .
Já me cansam as palavras,
já pouco me dizem .
Por isso vou ficando cada vez mais calado, pois deste modo fico
menos exposto à contradita, à crítica, ao paleio oco, à necessidade
de me confrontarem, sempre que abro a boca .
A minha vida foi-se complicando mais e mais, quando emito uma
opinião, por mais singela, que seja sobre bola, sobre política, ou
sobre outro assunto qualquer .
Tenho medo das palavras, mas abomino ainda mais, o silêncio .
Triste dilema que me assola .
Mais triste ainda, se este cenário se apresenta no domínio dos ami-
gos, dos falsos amigos, ou dos que que se fazem passar por meus
amigos .
As cartas de amor não têm que ser ridículas, ou destituídas de sen-
tido, antes devem ser objecto de forte afecto, de sentimento e de ca-
rinho para quem nos ama .
Caso contrário,
é porque que a fonte do amor secou .
.
quinta-feira, 9 de novembro de 2017
Um País virado do avesso .
" Não perguntes
o que que o teu País pode fazer por ti,
mas sim aquilo que tu podes fazer
pelo teu País ".
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
construir as cidades para os outros
tanta força por pouco dinheiro
vi-te a trabalhar o dia inteiro
Que força é essa que força é essa amigo
que trazes contigo
que te põe de bem com os outros
e de mal contigo .
Quando comecei a trabalhar como Engenheiro, na Direcção
dos Combustíveis, mais tarde, D.G. da Energia, o Director
Geral à época, Moura Vicente, uma das primeiras coisas que
fazia, era enviar os Técnicos Superiores estagiar no estrangei-
no, dentro da área que lhe estava destinada, durante o tempo-
necessário para obter uma boa formação profissional compa-
tível .
Esse tempo e essa experiência eram depois creditados para
constituir uma reserva de gente especializada, para suprir
as dificuldades e as tarefas tão necessárias ao serviço do País .
Nessa altura,
um engenheiro, era mesmo um engenhei-
ro,
tão bom ou melhor que o pessoal das empresas privadas .
Aliás, à semelhança do que acontecia dos diferentes países estran-
geiros .
Uma vez, em França, num certo Departamento do Estado, ouvi
alguém sussurrar entre dentes na minha presença :
"Faites attention, qu/il est la, le type de
l/Administration Portugaise".
No Reino Unido, tinham fama e proveito, os chamados
Civil Servants
uma profissão prestigiada e respeitada, entre as demais .
Andámos de cavalo para burro,
e temos hoje em dia, ao serviço do Estado, uma legião de burocra-
tas e
yes mans,
obscuros e sem qualquer reconhecimento .
Foram correndo, paulativamente com toda a gente que não se ver-
gonhava de assumir as suas responsabilidades, substituída por pes-
soal dos grupos de estudo, gabinetes técnicos assessores privados,
que se destinava a fazer o serviço mais à maneira, sugando dupla-
mente o erário público .
público .
Tinha nascido o mito do País
prestador de serviços .
que, dizia-se, viria a ser o futuro de Portugal .
.
o que que o teu País pode fazer por ti,
mas sim aquilo que tu podes fazer
pelo teu País ".
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
construir as cidades para os outros
tanta força por pouco dinheiro
vi-te a trabalhar o dia inteiro
Que força é essa que força é essa amigo
que trazes contigo
que te põe de bem com os outros
e de mal contigo .
Quando comecei a trabalhar como Engenheiro, na Direcção
dos Combustíveis, mais tarde, D.G. da Energia, o Director
Geral à época, Moura Vicente, uma das primeiras coisas que
fazia, era enviar os Técnicos Superiores estagiar no estrangei-
no, dentro da área que lhe estava destinada, durante o tempo-
necessário para obter uma boa formação profissional compa-
tível .
Esse tempo e essa experiência eram depois creditados para
constituir uma reserva de gente especializada, para suprir
as dificuldades e as tarefas tão necessárias ao serviço do País .
Nessa altura,
um engenheiro, era mesmo um engenhei-
ro,
tão bom ou melhor que o pessoal das empresas privadas .
Aliás, à semelhança do que acontecia dos diferentes países estran-
geiros .
Uma vez, em França, num certo Departamento do Estado, ouvi
alguém sussurrar entre dentes na minha presença :
"Faites attention, qu/il est la, le type de
l/Administration Portugaise".
No Reino Unido, tinham fama e proveito, os chamados
Civil Servants
uma profissão prestigiada e respeitada, entre as demais .
Andámos de cavalo para burro,
e temos hoje em dia, ao serviço do Estado, uma legião de burocra-
tas e
yes mans,
obscuros e sem qualquer reconhecimento .
Foram correndo, paulativamente com toda a gente que não se ver-
gonhava de assumir as suas responsabilidades, substituída por pes-
soal dos grupos de estudo, gabinetes técnicos assessores privados,
que se destinava a fazer o serviço mais à maneira, sugando dupla-
mente o erário público .
público .
Tinha nascido o mito do País
prestador de serviços .
que, dizia-se, viria a ser o futuro de Portugal .
.
segunda-feira, 6 de novembro de 2017
O ORÇAMENTO DO ESTADO .
ESQUIZOFRENIA .
Caíram as primeiras chuvas e só então os fogos acabaram .
Já se pensa nas cheias, estão a chegar, mas é preciso primei-
ro limpar as sarjetas convenientemente .
Não sei se tal limpeza
está inscrita no OE .
Muitos dos nossos problemas têm a ver sobretudo com ques-
tões de disciplina e organização, muito mais do que com a na-
tureza e gravidade desses problemas .
Os fogos foram apagados com êxito .
Para o ano há mais .
Costa e o Governo que se ponham a pau,
que Marcelo está de guarda e vigia .
(Assumiu o papel de guarda florestal) .
Fica a dôr e o sofrimento, todos os anos renovados, a memória
dos que partiram, a raiva impotente dos que por cá ficaram e o
desleixo e a incúria de gente imprópria para consumo, que não
tem o mínimo respeito por quem trabalha a Terra, mesmo quan-
do ela não lhes pertence .
Portugal poderia ser um País formidável, mas sempre adiado à
espera não se sabe como, nem porquê ...
O que de bom tem,
são os trabalhadores - formiga,
que de há séculos, vêm teimosamente guardando a língua e os
costumes de milhões de portugueses, espalhados po todos os Con-
tinentes e por quase todos os países do Mundo .
.
domingo, 5 de novembro de 2017
O TPC do COSTA .
"Tens 7 meses para todos evitar
os fogos,
para o ano que vem.
e,
até ao fim da legislatura,
irradicar definitivamente os
incêndios florestais ."
.
os fogos,
para o ano que vem.
e,
até ao fim da legislatura,
irradicar definitivamente os
incêndios florestais ."
.
sábado, 4 de novembro de 2017
Os Fogos do Verão Quente de 2017 .
PORTUGAL JÁ ESTÁ A ARDER ...
Muito se tem dito e escrito sobre o problema dos fogos flo-
restais.
A maior parte das vezes, os protagonistas são velhos escribas
que pensam que eles é que sabem e que vão resolver os pro-
blemas, num estalar de dedos .
Ora perante um assunto de enorme importância e gravidade,
não há milagre que se possa fazer .
O Presidente Marcelo, ao tentar colocar
os ovos no mesmo cesto, arrisca-se a dar
um imenso trambolhão .
Não há inocentes nesta história, e a culpa é colectiva e tão pe-
sada, que nenhum comparsa aparece bem focado na fotogra-
fia do tempo .
Os ecologistas de pacotilha, calados há tanto tempo, apressa-
ram-se a jurar a pés juntos, que foi tudo culpa das alterações
climáticas e dos fenómenos extremos delas resultantes .
E pronto, está salva a honra do convento .
De todo o lado surgem as opiniões mais díspares e mais idio-
tas, toda a gente tem uma opinião e uma (a sua) teoria e expli-
cação .
Até o Presidente Marcelo tem a sua, uma autoridade na ma-
téria, que logo se apressou a expôr - a culpa foi do Governo e
pronto .
Casa em que não há pão, todos ralham
e ninguém tem razão .
Mas, o PR, na sua sapiência, aproveitou logo a ocasião para
cruxificar António Costa e o seu Governo .
Talvez que Marcelo, na ânsia de batotar o jogo, tenha cometi-
do o seu maior erro político ...
.
.
O COSTA .
São Pedro também renegou Cristo por 3 vezes,
foi Santo e trepou até ao posto mais alto da Igreja Católica .
Pobre Costa, que também tramou o António José Seguro por
três vezes e agora é Primeiro Ministro e amigo e aluno do PR .
Tudo farinha do mesmo saco .
Costa é um macaco velho, que ganhou e perdeu muitas batal-
has, num Partido Socialista completamente descaracterizado,
e reduzido a estilhaços .
O Partido de Soares é hoje uma sombra do que foi no passado,
onde impera o espírito de seita ou facção, formado por muita
gente séria e de grande valia, mas onde impera o oportunismo
e o calculismo .
De quando em quando, surgem umas aves raras que querem
subir aos céus, mas com asas de cera .
Costa, um político hábil, exímio negociador, com o dom da pala-
vra, conseguiu sobressair da ganga socialistas, onde imperam
o compadrio e a mediocridade .
Mas lá Subiu ao topo.
O seu grande mérito foi a invenção da geringonça, mérito repar-
tido em grande medida, pela habilidade táctica do PCP, obrigado
a engolir sapos, uns atrás de outros .
Fui dos primeiros a apoiar a ideia, apesar da opinião adversa de mui-
tos militantes agarrados ao passado, ainda chamuscados pelo terror
do papão bolchevista, que deu aso a guerrilhas ideológicas interminá-
veis, como nas guerras religiosas, onde se matava, só para tentar des-
cobrir o sexo dos anjos .
Nunca me revi nas ondas do Comunismo, embora reconheça que sem
a sua emergência, o mundo continuaria a viver nas trevas .
E mais do que uma vez, pois foi o País dos Sovietes que parou a barbá-
rie dos tempos modernos - o Nazismo .
A direita trauliteira encostada ao Presidente Marcelo, espreita uma no-
va oportunidade para se guindar, de novo, a um poder carunchoso, re-
trógado, neoliberal, bolorento, que sonha retomar os privilégios herda-
dos da boa vida do colonialismo .
Pobres coitados .
Marcelo que se cuide .
E ainda não cheguei aos fogos ...
.
foi Santo e trepou até ao posto mais alto da Igreja Católica .
Pobre Costa, que também tramou o António José Seguro por
três vezes e agora é Primeiro Ministro e amigo e aluno do PR .
Tudo farinha do mesmo saco .
Costa é um macaco velho, que ganhou e perdeu muitas batal-
has, num Partido Socialista completamente descaracterizado,
e reduzido a estilhaços .
O Partido de Soares é hoje uma sombra do que foi no passado,
onde impera o espírito de seita ou facção, formado por muita
gente séria e de grande valia, mas onde impera o oportunismo
e o calculismo .
De quando em quando, surgem umas aves raras que querem
subir aos céus, mas com asas de cera .
Costa, um político hábil, exímio negociador, com o dom da pala-
vra, conseguiu sobressair da ganga socialistas, onde imperam
o compadrio e a mediocridade .
Mas lá Subiu ao topo.
O seu grande mérito foi a invenção da geringonça, mérito repar-
tido em grande medida, pela habilidade táctica do PCP, obrigado
a engolir sapos, uns atrás de outros .
Fui dos primeiros a apoiar a ideia, apesar da opinião adversa de mui-
tos militantes agarrados ao passado, ainda chamuscados pelo terror
do papão bolchevista, que deu aso a guerrilhas ideológicas interminá-
veis, como nas guerras religiosas, onde se matava, só para tentar des-
cobrir o sexo dos anjos .
Nunca me revi nas ondas do Comunismo, embora reconheça que sem
a sua emergência, o mundo continuaria a viver nas trevas .
E mais do que uma vez, pois foi o País dos Sovietes que parou a barbá-
rie dos tempos modernos - o Nazismo .
A direita trauliteira encostada ao Presidente Marcelo, espreita uma no-
va oportunidade para se guindar, de novo, a um poder carunchoso, re-
trógado, neoliberal, bolorento, que sonha retomar os privilégios herda-
dos da boa vida do colonialismo .
Pobres coitados .
Marcelo que se cuide .
E ainda não cheguei aos fogos ...
.
Marcelo .
A paixão pela floresta .
E vão mais de dois anos de mandato
presidencial.
O Presidente não tem que saber tudo, nem pode
resolver tudo .
Mas deveria ter o mínimo conhecimento de que os
problemas que tratam do território, são fundamen
tais para a existência de Portugal como Nação sobe-
rana .
O PIB, a dívida, o crescimento, o défice e tantas ou-
tras miudezas económicas, são importantes, claro,
mas a defesa do nosso património material, histórico,
cultural e a nossa população e o nosso território é que
formatam estruturalmente Portugal .
O Primeiro Magistrado devia (ou deve) ser o primei-
ro a bulir com este tipo de problemáticas, tendo per-
dido tanto tempo em jogos florais .
Acresce que o PR deveria de estar rodeado de gente
capaz de poder acudir às questões fundamentais do
País .
Foi muito feio o que Marcelo fez durante a situação
de catástrofe ocorrida neste Verão, ao vir atribuir a
maior parte das culpas pelo acontecido, ao PM e ao
Governo .
Além de ser incorrecto e injusto, peca por falta de
sentido de Estado e quebra de solidariedade pessoal
e institucional .
Deveria ter coexistido em todo uma cooperação acti-
va e participada entre todos os Órgãos de Soberania,
(incluindo a oposição, que só veio atiçar mais o lume,
traiçoeiramente), dar tempo ao primeiro ataque ao
desastre, e apoio imediato à reconstrução e à indemi-
nização das vítimas, antes de partir estupidamente pa-
ra a caça ás bruxas .
A reacção do Governo foi desajustada, precipitada e
desconexa, mas dada a enormidade da calamidade, e
a complexidade dos acontecimentos
Marcelo teve um comportamento ina-
dequado, e errado,
para não utilizar outra adjectivação mais forte .
Foi parcial e desleal, parecendo mesmo querer exibir as
características de um homem ávido de poder, que deseja
mudar as regras a meio do jogo .
.
E vão mais de dois anos de mandato
presidencial.
O Presidente não tem que saber tudo, nem pode
resolver tudo .
Mas deveria ter o mínimo conhecimento de que os
problemas que tratam do território, são fundamen
tais para a existência de Portugal como Nação sobe-
rana .
O PIB, a dívida, o crescimento, o défice e tantas ou-
tras miudezas económicas, são importantes, claro,
mas a defesa do nosso património material, histórico,
cultural e a nossa população e o nosso território é que
formatam estruturalmente Portugal .
O Primeiro Magistrado devia (ou deve) ser o primei-
ro a bulir com este tipo de problemáticas, tendo per-
dido tanto tempo em jogos florais .
Acresce que o PR deveria de estar rodeado de gente
capaz de poder acudir às questões fundamentais do
País .
Foi muito feio o que Marcelo fez durante a situação
de catástrofe ocorrida neste Verão, ao vir atribuir a
maior parte das culpas pelo acontecido, ao PM e ao
Governo .
Além de ser incorrecto e injusto, peca por falta de
sentido de Estado e quebra de solidariedade pessoal
e institucional .
Deveria ter coexistido em todo uma cooperação acti-
va e participada entre todos os Órgãos de Soberania,
(incluindo a oposição, que só veio atiçar mais o lume,
traiçoeiramente), dar tempo ao primeiro ataque ao
desastre, e apoio imediato à reconstrução e à indemi-
nização das vítimas, antes de partir estupidamente pa-
ra a caça ás bruxas .
A reacção do Governo foi desajustada, precipitada e
desconexa, mas dada a enormidade da calamidade, e
a complexidade dos acontecimentos
Marcelo teve um comportamento ina-
dequado, e errado,
para não utilizar outra adjectivação mais forte .
Foi parcial e desleal, parecendo mesmo querer exibir as
características de um homem ávido de poder, que deseja
mudar as regras a meio do jogo .
.
sexta-feira, 3 de novembro de 2017
O PRESIDENTE REI (cont.).
Caro Presidente Marcelo .
Voltemos então aos fogos,
que é o que está a dar .
Como é sabido e largamente propagandeado, o Senhor
(desculpe a familariedade) é reconhecidamente um ho-
mem do Norte, das Terras de Basto, que vive paredes
meias com a floresta e o meio rural, e um municipalis-
ta venerado .
Ora, trata-se de uma região pródiga em zonas de flores-
ta .
Estará pois familiarizado com as problemáticas dos fo-
gos florestais e das razões que poderão conduzir siste-
maticamente, todos os anos, ás desgraças que atingem
as pessoas de mais parcos rendimentos e mais fraca ca-
pacidade de luta e resistência a tão graves atribulações, -
designadamente no que respeita ao lento estertor das
comunidades campestres .
De onde surgiu agora o serôdio interesse (será uma pai-
xão doentia ?), pela tragédia que vem assolando o nosso
País, pelo menos desde que alcancei a idade da razão ?.
Não havia fogos lá na sua Terra?
Alguma vez andou a chamuscar-se a
lutar contra as chamas ?.
O Presidente vem agora verter grossas lágrimas de cro-
codilo, a toda as horas, a todos os dias, sobre o leite der-
ramado ?.
Quantas
Conversas em Família
dedicou ao tema, durante quase um década, espalhando
o seu palavreado, que ia sabiamente doseando por todas
as televisões por onde campeou ?.
Sabendo (ou desconhecendo ) a ingência de tão importante
problema na vida de milhões de portugueses,
porque não acudiu ao País atempada e firmemente, tentan-
do valer a sua magistratura de interferência, fazendo ouvir -
a sua respeitada voz, conhecendo-se o estado de emergência
que estávamos correndo, e que foi largamente dado a conhe-
cer dentro e fora de fronteiras .
Mas o seu tempo de antena foi sendo gasto a sedimentar a
sua previsível candidatura à batalha de conquista de um
lugar ao sol,
A Presidência da República .
.
Voltemos então aos fogos,
que é o que está a dar .
Como é sabido e largamente propagandeado, o Senhor
(desculpe a familariedade) é reconhecidamente um ho-
mem do Norte, das Terras de Basto, que vive paredes
meias com a floresta e o meio rural, e um municipalis-
ta venerado .
Ora, trata-se de uma região pródiga em zonas de flores-
ta .
Estará pois familiarizado com as problemáticas dos fo-
gos florestais e das razões que poderão conduzir siste-
maticamente, todos os anos, ás desgraças que atingem
as pessoas de mais parcos rendimentos e mais fraca ca-
pacidade de luta e resistência a tão graves atribulações, -
designadamente no que respeita ao lento estertor das
comunidades campestres .
De onde surgiu agora o serôdio interesse (será uma pai-
xão doentia ?), pela tragédia que vem assolando o nosso
País, pelo menos desde que alcancei a idade da razão ?.
Não havia fogos lá na sua Terra?
Alguma vez andou a chamuscar-se a
lutar contra as chamas ?.
O Presidente vem agora verter grossas lágrimas de cro-
codilo, a toda as horas, a todos os dias, sobre o leite der-
ramado ?.
Quantas
Conversas em Família
dedicou ao tema, durante quase um década, espalhando
o seu palavreado, que ia sabiamente doseando por todas
as televisões por onde campeou ?.
Sabendo (ou desconhecendo ) a ingência de tão importante
problema na vida de milhões de portugueses,
porque não acudiu ao País atempada e firmemente, tentan-
do valer a sua magistratura de interferência, fazendo ouvir -
a sua respeitada voz, conhecendo-se o estado de emergência
que estávamos correndo, e que foi largamente dado a conhe-
cer dentro e fora de fronteiras .
Mas o seu tempo de antena foi sendo gasto a sedimentar a
sua previsível candidatura à batalha de conquista de um
lugar ao sol,
A Presidência da República .
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quinta-feira, 2 de novembro de 2017
O BURACO NEGRO DE TANCOS .
Afinal, vem agora o CEME informar que :
"...É perfeitamente compreensível que o roubo
de uma caixa com mais de100 velas de ex-
plástico não tivesse sido detectado .
Cada unidade tem 200 gramas de capacidade
destrutiva superior ao TNT ".
Histórias da mula da cooperativa e da carochinha .
Ó 31, qual é a tua mão direita ?.
Não sei, o meu General baralho-as ...
.
"...É perfeitamente compreensível que o roubo
de uma caixa com mais de100 velas de ex-
plástico não tivesse sido detectado .
Cada unidade tem 200 gramas de capacidade
destrutiva superior ao TNT ".
Histórias da mula da cooperativa e da carochinha .
Ó 31, qual é a tua mão direita ?.
Não sei, o meu General baralho-as ...
.
quarta-feira, 1 de novembro de 2017
Radiografia com contraste .
O Rei Presidente vai nú .
Nos trágicos acontecimentos dos fogos da temporada de 2017,
( confesso que não consigo vislumbrar a frieza, o desdém e a
agressividade do PM, um estado de alma inventado e cozinha-
do em lume brando, não se sabe por quem e por quê, mas a
imagem perdura até aos dias de hoje )
Quanto à procura de responsabilidades pelos fatídicos aconte-
cimentos, Marcelo aproveitou logo para tirar o cavalinho da
chuva, e continua a fazer o papel de Madre Teresa de Calcutá,
papel que lhe calharia às mil maravilhas, não fosse o uso por-
nográfico que faz dele .
Marcelo, um actor de segunda classe, tentou investir-se na no-
vela, num policial que aborda o roubo das armas da Base de
Tancos, uma história de suspense, de que se começam agora a
conhecer-se os mais recente episódios .
Ainda há militares com sentido de humor ...
Marcelo sai esta história com alguma dose de ridículo .
Mas então, o PR não é o Comandante em Chefe de todas as For-
ças Armadas de Portugal ...
Mais recentemente e com grande fervor, começa a surgir como
candidato a um Óscar da Academia de Hollywood, sobretudo
pela carga dramática com incarna as cenas mais lancinantes .
Também faz , de Sheriff e de de polícia bom, bem como conse-
gue tratar com propriedade, o disfarce de escorpião .
Nos filmes recentemente exibidos, Marcelo repete muito as ce-
nas, que começam a tornar-se impertinentes e repetitivas, mas
teima em seguir essa trajectória que pode criar-lhe anguns es-
colhos .
O Actor começa a ficar usado, aproximando-se, por vezes,
do aproveitamento da da sua imagem, para, inadvertidamente,
roçar o culto da personalidade .
Nos trágicos acontecimentos dos fogos da temporada de 2017,
( confesso que não consigo vislumbrar a frieza, o desdém e a
agressividade do PM, um estado de alma inventado e cozinha-
do em lume brando, não se sabe por quem e por quê, mas a
imagem perdura até aos dias de hoje )
Quanto à procura de responsabilidades pelos fatídicos aconte-
cimentos, Marcelo aproveitou logo para tirar o cavalinho da
chuva, e continua a fazer o papel de Madre Teresa de Calcutá,
papel que lhe calharia às mil maravilhas, não fosse o uso por-
nográfico que faz dele .
Marcelo, um actor de segunda classe, tentou investir-se na no-
vela, num policial que aborda o roubo das armas da Base de
Tancos, uma história de suspense, de que se começam agora a
conhecer-se os mais recente episódios .
Ainda há militares com sentido de humor ...
Marcelo sai esta história com alguma dose de ridículo .
Mas então, o PR não é o Comandante em Chefe de todas as For-
ças Armadas de Portugal ...
Mais recentemente e com grande fervor, começa a surgir como
candidato a um Óscar da Academia de Hollywood, sobretudo
pela carga dramática com incarna as cenas mais lancinantes .
Também faz , de Sheriff e de de polícia bom, bem como conse-
gue tratar com propriedade, o disfarce de escorpião .
Nos filmes recentemente exibidos, Marcelo repete muito as ce-
nas, que começam a tornar-se impertinentes e repetitivas, mas
teima em seguir essa trajectória que pode criar-lhe anguns es-
colhos .
O Actor começa a ficar usado, aproximando-se, por vezes,
do aproveitamento da da sua imagem, para, inadvertidamente,
roçar o culto da personalidade .
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