Deixei cair no chão
o meu pequeno coração de cristal .
Materialmente pouco valia, tinha apenas um grande
valor de estimação, pelo que constituía uma uma ri-
queza incalculável .
Caiu sem eu querer, por qualquer gesto em falso, ou
por falta de jeito, sem prestar a devida atenção .
Estatelou-se na calçada e desfez-se em mil pedaços
pequeninos,
De cabeça baixa, bem andei tempo sem conta, à pro-
cura dos bocados espalhados ao acaso .
Perdi-me de desespero, nessa procura sem tino e sem
sucesso .
Ninguém tentou ajudar-me, nem sequer esboçar o mí-
nimo gesto para me ajudar .
Agora deambulo por aí, desanimado e triste, em busca
do meu coração quebrado .
É a vida .
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