Algo vai mal
no reino da Geringonça .
Fui dos raros militantes do PS a perceber a necessidade
de experimentar a solução governativa da dita Gerin-
gonça .
Marcelo apadrinhou a ideia, apesar do rosnar dos parti-
dos da direita, que sempre tentaram opor-se-lhe com to-
da a força .
Entendo que no funcionamento da gigajoga , nesta solução
de Governo, seja sempre necessária uma certa tensão en-
tre os partidos que a sustentam .
Faz parte do jogo político .
Aliás, essa tensão ajuda a manter a colagem dos pedaços
que a integram .
O facto é que dois anos se passaram sem grandes sobres-
saltos, apesar dos partidos revanchistas tudo terem feito
para desmanchar a união de facto da esquerda .
No entanto, começa a haver fortes sinais que essa maione-
se começa a deslaçar, tentando desfazer o nó cego que a
sustenta .
A proximidade das eleições que já se prefiguram no hori-
zonte, não explica tudo
A perda de gás do Partido Comunista, que tem vindo a
aumentar a pressão reivindicativa da CGTP, como um
toque a reunir de certos grupos profissionais, também não,
apesar da força da rua dos sindicatos, designadamente os
que estão ligados ao ensino .
Há qualquer coisa de estranho no seio
da coligação .
O caso, de Tancos,
e as calamidades dos incêndios
florestais,
vieram dar uma uma grande facada na Geringonça, mau
grado o bom desempenho dos indicadores económicos e fi-
nanceiros .
O Presidente fez acentuar as pretensões de um regresso rá-
pido ao círculo do poder, estimulando os passos de valsa do
PPD/PSD e do CDS/PP .
Contudo, o pouco entusiasmo da corrida ao cargo de Secre-
tário Geral do PPD, com dois galitos de Barcelos , franzinos
e depenados até ao osso, que se vêm exibido pobremente na
arena do poder,
deixam alguma esperança de que a Geringonça poderá ainda
sobreviver mais algum tempo, apesar da insegurança e do
atabalhoamento demonstrado pelo PS, a dar mostras de algu-
ma desorientação, como se tivesse sido atingi-do por uma enor-
me trovoada seca .
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