" Não perguntes
o que que o teu País pode fazer por ti,
mas sim aquilo que tu podes fazer
pelo teu País ".
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
construir as cidades para os outros
tanta força por pouco dinheiro
vi-te a trabalhar o dia inteiro
Que força é essa que força é essa amigo
que trazes contigo
que te põe de bem com os outros
e de mal contigo .
Quando comecei a trabalhar como Engenheiro, na Direcção
dos Combustíveis, mais tarde, D.G. da Energia, o Director
Geral à época, Moura Vicente, uma das primeiras coisas que
fazia, era enviar os Técnicos Superiores estagiar no estrangei-
no, dentro da área que lhe estava destinada, durante o tempo-
necessário para obter uma boa formação profissional compa-
tível .
Esse tempo e essa experiência eram depois creditados para
constituir uma reserva de gente especializada, para suprir
as dificuldades e as tarefas tão necessárias ao serviço do País .
Nessa altura,
um engenheiro, era mesmo um engenhei-
ro,
tão bom ou melhor que o pessoal das empresas privadas .
Aliás, à semelhança do que acontecia dos diferentes países estran-
geiros .
Uma vez, em França, num certo Departamento do Estado, ouvi
alguém sussurrar entre dentes na minha presença :
"Faites attention, qu/il est la, le type de
l/Administration Portugaise".
No Reino Unido, tinham fama e proveito, os chamados
Civil Servants
uma profissão prestigiada e respeitada, entre as demais .
Andámos de cavalo para burro,
e temos hoje em dia, ao serviço do Estado, uma legião de burocra-
tas e
yes mans,
obscuros e sem qualquer reconhecimento .
Foram correndo, paulativamente com toda a gente que não se ver-
gonhava de assumir as suas responsabilidades, substituída por pes-
soal dos grupos de estudo, gabinetes técnicos assessores privados,
que se destinava a fazer o serviço mais à maneira, sugando dupla-
mente o erário público .
público .
Tinha nascido o mito do País
prestador de serviços .
que, dizia-se, viria a ser o futuro de Portugal .
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