Até ter chegado à escola da noite,
os desenhos eram uma mera brincadeira de puto aberto
ao mundo .
Depois tudo começou a fiar mais fino .
Primeiro era preciso adquirir o material necessário,
coisas que eu desconhecia, o próprio papel especial para
representação dos fios, a teia ao alto, a trama, na horizon-
tal . Isto para o desenho técnico, que abordava a estrutura
dos tecidos, os tipos de fios, a ordem de cor, os efeitos ex-
pectáveis quando se combinam todos estas coisas .
Debuxo, desenho em espanhol,
era a cadeira fundamental do curso .
Havia várias outras cadeiras técnicas, abordando as peças
e as técnicas que permitiam conhecer as diferentes fases do
fabrico dos tecidos .
A tinturaria mexia com as cores, mas era baseada em conhe-
cimentos técnicos, mas envolvia também a parte instintiva
dos alunos, e era abordada já na parte final do curso .
Mas, para mim, o fundamental era a oportunidade de ter
imensas aulas de desenho à vista ( cópia) e
desenho decorativo.
Era a porta aberta para o desenvolvimento da criatividade,
era finalmente a liberdade que se me oferecia de partir do pa-
pel do em branco, e chegar directamente ao belo .
Todas as técnicas eram válidas, todos os métodos eram bons,
desde que se chegasse a um bom resultado .
Foi então que comecei a encontrar o meu próprio caminho .
Primeiro com o lápis, depois com o carvão, mais tarde com o
guache, e eis que me cruzo, pela primeira vez, com
a maravilha das aguarelas .
.