Chega ao fim a dolorosa e prolongada via sacra de Cavaco
Silva, que se arrastou por mais de três décadas, de triste me-
mória, e que teria começado com a rodagem do seu carro, na
Figueira da Foz, em meados dos anos 80 .
Ganhou o congresso do PPD/PSD e duas maiorias absolutas,
estafando à farta, uma boa parte dos fundos comunitários, que
Mário Soares tinha conseguido com a ajuda dos seus amigos
da Internacional Socialista .
Chamou a governar os seus comparsas, para o Governo, tudo
boa gente, como o tempo viria demonstrar .
Surgiu então a Mafia social-democrata, que se foi apoderando
sistemática e continuadamente, de pedaços fundamentais do sis-
tema financeiro nacional, ao mesmo tempo que procedia ao des-
mantelamento de quase todas as infraestruturas das nossa pesca,
agricultura e indústria nacionais,
na idiota esperança de criar um grande entreposto internacional
na área dos serviços, da inovação e da investigação .
Encheu o território de autoestradas, estádios de futebol, criou
o capitalismo social, uma nova reforma agrária, esbanjando mil-
lhões, em enormes projectos agrícolas fantasmas, muitos dos quais
não passaram do papel .
Foi a época dourada do cavaquismo .
Tentou ir a Presidente da República, após doze anos como chefe
do Governo, perdeu, e por aí se ficou o nosso Aníbal, a fazer a
travessia do deserto, e partir para novas conquistas .
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