quinta-feira, 24 de março de 2016

O ELO DO MEIO .

A minha cadeia de afectos teve quatro anéis, 
e nela fui  que fui sempre o elo mais fraco .
Quando o meu avô Garcia nos deixou, passá-
mos a ser três .
O meu Pai sempre foi o homem forte da família,
comandava tudo e todos, em todos os aspectos .
Fiquei sempre na sua sombra .

Quando o meu Filho apareceu, tornou-se o elo
principal, o nó preponderante .
Só a espaços, eu fui o elo dominante .

Depressa me tornei outra vez, o elo quebradiço .
O auxiliar, o suplente, o nó secundário .
Convivi bem com a minha condição .
Dei sempre a direita ao meu Pai e depois ao meu 
Filho .

Muita vezes fui tomado como egoísta .
Nunca perceberam nada .
Entre dois nós poderosos, mágicos, enormes,
o meu Pai e o meu Filho, foram sempre o máximo .
O medo que eu sempre tive de vir a poder perdê-los .
O que viria a acontecer .

Agora, sem apoio, sem suporte físico e psicológico,
Vegeto por aí, como um anjo que perdeu as asas .
Fiquei órgão de Pai e Filho .
Sou apenas o elo do meio .
O elo perdido .
Sem passado e sem futuro .
.