Assistimos a mais uma cerimónia religiosa, por alma
de mais uma instituição bancária .
Hão-de comparecer os finórios do costume, desfiar
os seus pecados mais convenientes, rezam-se uns pa-
dre nossos e avé marias, ouvem os responsos tradicio-
nais, a incomodar os coitados, está tudo perdoado, vão
em paz, meus irmãos .
Com uma confissão apressada, que tempo é dinheiro,
vão-se perfilando à vez, uns atrás dos outros, debruça-
dos no no genuflectório, e retornam imaculados, como
se nada se tivesse passado .
Regressam aos mesmos ou a outros bancos, arrepende-
ram-se sem qualquer convicção, as rezas devem bastar .
E a roda da roubalheira gira sempre, sem passar .
São os terroristas
de colarinho branco .
Isto é lavagem de dinheiro,
ou de bancos ?.
Cadê a a barrela e a esfregona ?
Ninguém ousa aplicar aguarrás ou lexívia no bestunto
desta canalha ...
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