Sou como as folhas secas caídas,
arrastadas pelo vento
para longe, muito longe .
Cai uma, logo outra e mais outras,
voando desamparadas,
perdidas no turbilhão da ventasca .
O inverno está de resto,
vem aí a primavera,
que o sol começa a empinar .
Trás consigo
os primeiros raios de fogo
para aquecer o corpo e a alma .
A natureza não se repete jamais,
palpita de acordo o relógio universal .
Nunca regressa ao ponto de partida .
Mas quem sabe,
talvez que um dias destes,
parta para muito longe,
rumo ao infinito sideral .
Talvez, então,
te possa reencontrar ,
agarrado aos teus braços,
pendurado nas pontas de uma estrela .
.