domingo, 16 de abril de 2017

A GUERRA EM VÁRIAS FRENTES .

O alastrar da guerra .

A Guerra Colonial desencadeou-se no Norte de Angola,
nas terras do café, nas grandes plantações a perder de vista,
e com o assalto à cadeia de Luanda .

A UPA- União dos povos de Angola, foi o inimigo mais co-
necido  mas, a pouco, viriam a emergir diferentes Movimen-
tos de Libertação, o MPLA, de tendência marxista, apoiado
pela Rússia e pela maioria dos países africanos, a FNLA, apoi-
ada pelos chineses e a UNITA, apoiada pela África do Sul .

O teatro de operações foi alastrando a diferentes zonas de An-
gola, a leste e a sul do país .

Pouco tempo depois, novas frentes de batalha se estabeleceram,
espalhando o já tão parco Exército Português, pelos pântanos
da Guiné e pelas florestas de Moçambique .

Era a guerra total, apadrinhada por todos, apoiada pelas potên-
cias tradicionalmente vendedoras de armamento, que jogavam
em todos os tabuleiros .
Era também uma guerra envergonhada, jogada às escondidas
nos matagais africanos .

Salazar e os seus aliados, gente velha e decrépita, com grandes
interesses coloniais, ávido das riquezas e do sangue dos desgra-
çados, sem vergonha e sem futuro, apoiados nos grandes mono-
pólios com raízes da chamada Metrópole, foi uma enorme opor-
tunidade para a rapina desenfreada, sob o manto diáfano do pa-
triotismo bacoco e ultramontano .

Avançou sem medos e sem decoro, rumo ao desastre anunciado,
até que os capitães de Abril puseram cobro a essa tragédia .

Foi muito feio e muito mau, o papel que Portugal desempenhou
nestes tempos de chumbo .
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