sábado, 15 de abril de 2017

O SERVIÇO MILITAR :

Ó 31, esta é a tua mão esquerda,
esta é a tua mão direita .

Então, diz lá tu agora :

Qual é a tua mão direita ?

Não sei, o meu sargento baralhou-as ...

.

Todo o sargento deve saber ler e escrever,
pode o oficial não saber .

No primeiro quartel do Sec.XX, Portugal era ainda um País muito
atrasado, que chocava os visitantes que por cá veraneavam, ou que 
vinham a negócios .

Atente-se com um pouco de critério, nas aparições de Fátima, e na-
quele folclore todo relacionado com tão espantoso acontecimento .
Ainda hoje, um século depois, estamos à espera de um explicação 
de tal embuste . 
Mas isso, é um problema de Fé .

Mas nesse tempo, a escolaridade quase não existia, a taxa de morta-
lidade era enorme, e as pessoas iam à bruxa, em vez do médico, que
rareava, mesmo nas terras mais evoluídas .

Faziam-se filhos de empreitada, às dezenas, mas o aborto era um te-
ma tabú . Faziam-se desmanchos, em condições sanitárias deprimen-
tes, e no silêncio do pecado .

E como era o nosso Exército ?

Mancebos arrebanhados à pressa e à força .

Não sei quando foi criado o Serviço Militar Obrigatório, com carác-
ter universal . 
Foi seguramente uma coisa positiva pois constituía um dos primeiros
sinais de contacto com a civilização, com o primeiro banho, com os
primeiros contactos com a normas sanitárias, com a vacinação genera-
lizada, com a aprendizagem da leitura e da escrita , transformando se-
res primitivos, em gente .

Mas mais importante, ajudou a formar indivíduos egoístas e isolados,
numa força disciplinada, solidária e aberta ao diálogo e à diferença .

Claro que o objectivo principal era treinas as pessoas para obedecerem
dispostas para os sacrifícios, que mais tarde teriam que ser postos à pro-
va .

Não há almoços grátis .

E era ainda, uma pequena retribuição pelos encargos que o País fazia
pelos cidadãos em geral, para remir, de algum modo, serviços prestados
à Comunidade .

Como é diferente a gratidão em Portugal .
.