segunda-feira, 3 de abril de 2017

O ISOLAMENTO DE PORTUGAL .

Deus, Pátria, Família .

De modo nenhum, Portugal estava minimamente 
preparado para aventuras guerreiras . Sofria ameaças 
veladas de todos os azimutes .

Orgulhosamente sós,

era o lema patrioteiro do infame ditador .

De  Atlântico, aos Urais,

era outra patranha do velho .

Era o tempo da eclosão das guerras de libertação nacional,
na sequência do final da IIª. Guerra Mundial, em que muitos 
povos se dispuseram a lutar ao lado das potências democrá-
ticas, contra o Nazismo, guerra que se estendeu a todos os 
continentes, e a quase todos os países do mundo .

Era ainda o reconhecimento a esses povos, e uma maneira de 
os manter em paz o redil ocidental .

Houve muita gente que não quis integrar o papel das democracias,
por idiotice, por falta de visão, e pelo desejo de manter privilégios
que já não se coadunavam com os novos ventos da História .

Foi também um lampejo do tempo do Conde de Lampedusa, que 
alterou o curso do mundo :

Temos que mudar alguma coisa,
se queremos que tudo fique na mesma . 

Assim pensava o nhurro de Santa Comba .

A criação da Commonwealth, inventada pelos britânicos, foi uma paró-
dia do mesmo calibre, mas em bom, uma misturada de paises, com o in-
glês como língua comum, mas com a Rainha de Inglaterra a ser soberan
de meio mundo .

Era a repetição do antigo sonho da Raínha Vitória, mas agora com a su-
blime astúcia de casar e descasar, a seu belo prazer, os valetes e as damas
do ramo da família dos Windsor .

Um regabofe . 

Como resposta a esta marmelada,

foi criada na 

Conferência de Bandung,

O conceito de 3º Mundo,

clube que incluía  o Egipto de Nasser, Tito da Jugoslávia, a Índia de Nerhu, 
a Indonésia, e que viria a incluir quase uma centena de países .

Portugal continuava 
orgulhosamente só .
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