Os primeiros soldados a ir para a guerra colonial ainda iam
de capacete metálico, bota cardada e agarrados às obsoletas
mausers, resquícios da Iª. Guerra Mundial, onde tínhamos
combatido há mais de meio século .
Era uma guerra feita com a tropa enterrada no chão, pesada,
molhada, escondida nos buracos e nas trincheiras, com a chu-
va a cobrir aqueles milhões de desgraçados, à fome e ao frio e
ao alcance de um qualquer tiro perdido, estropiados, gaseados,
em mais uma guerra sem sentido .
Os nossos generais levaram décadas a entender que esse tipo de
guerra já não se usava, tinham saudades da guerra de posições,
uma guerra de defensiva, gerida por tiros de artilharia pesada,
feita por pequenos avanços e recuos no terreno, uma guerra fixa,
feita para fazer rarear a carne para canhão .
Nada entenderam da guerra blitz, que os nazis levaram a cabo
em todo o Continente europeu e pelo mundo inteiro, usando a
rapidez de deslocação, num movimento rápido entontecedor, não
deixando oferecer qualquer defesa ou capacidade de resposta, tal
como viria a acontecera com a França, nas guerras da Indochina .
Os nossos soldados, nada aprenderam com os ousados generais
de opereta, nem ao menos um pouco de história e de geografia .
Chegado a África, moviam-se como baratas tontas, espezinhados
como formigas, sem qualquer objectivo, e sem qualquer rumo .
Foram trágicos, os primeiros tempos dessa guerra maluca .
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