AS TEIAS QUE O IMPÉRIO TECE .
Voltas que o mundo dá .
Não deixa de ser curioso, que foi a gente da Iª. República, quem
acorreu à defesa do então Império Colonial Português, em Áfri-
ca e nas terras ensanguentadas da Flandres .
Cerca de cem mil soldados partiram para longe da Pátria, para
evitar a perda dos territórios portugueses, aqém e além mar .
É uma epopeia trágica da nossa História silenciada, ontem, como
ainda hoje, como se nada se tivesse passado, no início do Sec. XX .
Incorporados à pressa, embarcados às escondidas, levados para o
pior cenário de guerra, nas trincheiras da Flandres, integrados no
sector inglês da Frente, traídos na Batalha de La Liz , esquarteja-
dos e gaseados, abandonadas à sua sorte, vieram a regressar aos pe-
daços, apesar de terem ajudado os aliados a derrotar os exércitos
teutónicos .
Mas a luta em defesa do Império, travou-se também em àfrica, tra-
vando a gula e a cobiça dos germânicos nas fronteiras com o Sudo-
este Africano, onde anteriormente tinha tido lugar um ensaio de Ho-
locausto contra os povos da actual Namíbia,
bem com na defesa da manutançãodas nossas possessões em Mo-
çambique, de modo a manter os ingleses, bem longe das fronteiras
portuguesas .
Começa hoje a levantar-se o véu sobre uma época da nossa História,
que a maior parte da população desconhece, e de que outra parte tem
vergonha .
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