O NOSSO CAMARADA VASCO .
Colega e amigo no Liceu de Castelo Branco,
quem havia de dizer que o pacholento Vasco, viria a ser
um herói de Abril, membro destacado do MFA .
Viria a voltar a conviver com ele, juntamente com outros ami-
gos albicastrenses, na Pastelaria Mexicana .
" No regresso, vinham todos"
é um pequeno livro, contado na 1ª. pessoa, que evoca as aven~
turas da guerra de África .
Preparar pobres mancebos, em meia dúzia de semanas,
era uma tarefa quase impossível .
O inimigo era calejado e astuto . Conhecia o terreno, os usos e
costumes da região, a fauna e a flora, os cheiros e os ruídos da
selva .
Os recrutas eram embarcados à pressa, enviados de barco para
Luanda, aguardavam o baptismo de guerra, no Norte de Angola .
Eram os
maçaricos,
nada percebiam do que se passava em seu redor .
Nas primeiras patrulhas em que participavam, havia sempre bai-
xas do nosso lado .
Levavam meses a aprender a brincarao jogo
da morte .
Muitos caíam na picada, ceifados pelas minas anti-pessoal .
O comandante de pelotão, por norma um jovem oficial miliciano,
cedo aprendeu a usar um uniforme descaracterizado, passando a
ficar disseminado no meio do grupo, eviatndo, desse modo, ser o al-
vo preferencial dos guerrilheiros .
Quando o chefe era abatido, estabelecia-se o caos entre a tropa .
Aprendeu-se a evitar o meio do caminho e a pisar o terreno, com
todo o cuidado, nas bermas do atalho .
A ver, sem ser visto,
a ouvir, sem ser ouvido .
A evitarem a deslocar-se em molhada, mas mantendo uma distân-
cia de segurança entre todos .
É claro que estas regras não evitavam os ataques aleatórios .
Aleatórios eram também os lugares que os soldados tinham na
bicha de pirilau
uns um sorteados ao acaso, outros ocupados por voluntários,
que seleccionavam o seu lugar na sorte, naquele dia, naquela ma-
rcha .
Só que, por vezes, a sorte era-lhe muito
tragicamente madrasta .
.