quarta-feira, 3 de maio de 2017

A DESCOLONIZAÇÃO .

40 Anos, o período de nojo .

Costuma ser este tempo, aquele que é guardado para manter
a História fixada na memória, guardando reserva de factos e 
acontecimentos susceptíveis de gerar controvérsia, em especi-
al quando eles ainda estão relacionados com os protagonistas 
históricos, muitos deles ainda vivos .

O tema é, ainda hoje, considerado tabu, mas é tempo de aquele
períoda da nossa história, começar a ser abordado de maneira 
desapaixonada, e seja estudado de uma maneira sistematica-
mente e sem alibis, por quem de direito .

Guardo pessoalmente memória dos relatos feitos nessa altura, 
relatos vividos e contados a quente, envolvendo familiares e ami--
gos, sobre um tema completamente transversal, que apanhou ge-
rações inteiras, e que varreu a sociedade portuguesa, numa ver-
dadeira tempestade tropical, de intensidade importante, mas lon-
ge dos dramas e problemas sofridos no decurso de outras desco-
lonizações, ocorridas por exemplo, em países como a França , a 
Bélgica, a Inglaterra ou a Espanha .

Mas não poderei calar as razões evocadas por ambos os lados de 
um assunto, envolvendo ainda zonas de ódio, entre os que partir-
am para longe, os que ficaram eos que foram obrigados a regres-
sar .

Uns e outros, e todos, têm as suas razões cravadas fundo, mas pen-
so que todos, a seu jeito, têm razões de sobra, para se sentirem or-
gulhosos da Epopeia da Descolonização Portuguesa, vivida com 
sofrimento, mas sem qualquer derramamento de sangue .

Muitas feridas foram abertas, mas a grande maioria delas já se
encontra sarada .
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