Que no céu está escrita
Livra-nos desta tormenta
Com um raminho de água benta .
A Tempestade cheira-se ao longe .
Vê-se avançar , trazendo o céu de breu atrás de nós .
O Vento rosna bravio, as Nuvens correm mais depressa,
sente-se a electricidade no ar,
e, de repente,
tudo desaba em cima de nós .
O Astro estoira, e a Terra parece incendiar-se numa
explosão medonha, que se repete vezes sem conta .
Tudo escurece ainda mais, e as pessoas ficam atordoadas
pelo ribombar dos trovões e pelo ziguezaguiar dos Raios,
caindo em cheio nos rochedos da Serra .
É a tormenta .
É o diabo em pessoa .
Depois, tão depressa como veio, logo se afasta para bem
longe, levando o Inferno para outras paragens .
Mas, por vezes, o horroroso espectáculo pode prolongar-
-se por várias horas, noite dentro, e mal podemos dormis
descansados .
O grande compositor Bethoven, transmite-nos uma ideia
do que é a Tempestade, através da sua 6ª. Sinfonia, designa-
da A Pastoral, uma maravilha criada por um génio surdo .
Depois da Tempestade, vem a Bonança .
É então que regressam o Silêncio da Natureza, o brilho do
Sol, o palavreado e o chilrear dos Pássaros, e os sons nor-
mais de toda a Bicharada .
E tudo volta a ser como dantes .
É então que surge ao longe por trás da serra,
um lindo ARCO ÍRIS que, dizem os antigos, tem na ponta
um grande pote cheio de moedas de oiro .
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