Terrorismo Colorido .
Nos anos 80, no decurso de uma viagem de estudo
organizada pela Universidade de Nova Yorque
(Oneonta), eu era o pendura de um grupo de estu-
dantes que preparavam o doutoramento, em que o
responsável era o Professor Jack Kotz, rumávamos
ao Norte, a caminho da fronteira com o Canadá .
A meio do caminho, parámos numa venda de artigos
de folclore índio .
Quando estávamos a chegar, avisou o professor :
- Está a ver, ó Mário, aqui foi o sitio
do massacre .
- Fiz-de de parvo, e perguntei-lhe o que era um mas-
sacre .
- Kotz Informou que era o sítio onde os peles ver-
melhas chacinavam os brancos .
- Fiz um gesto vago, como se tivesse compreendido a ex-
plicação, e calei-me . .
E, assim estamos nós hoje, com um terrível dilema exis-
tencial .
Será que um americano de ascendência porto riquenho,
branco, de 26 anos de idade, ex combatente do Exército
Americano, meio choné, alcoólico, que não sabe condu-
zir, acelera com grande velocidade um carro em sentido
contrário, para cima da multidão reunida no centro de
Nova Yorque, não configura um acto terrorista treslou-
cado ??? .
Ou quando há gente de outras raças, outras cores, outros
credos, que o cometem crimes horríveis, é que se consi-
deram tais actos como terror .
Ou será que nos Usa já não existem
essas coisas ?.
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