Como eu amava a França .
No meu colégio, andava no meu 4º. ano do liceu, eu, que era
um falso aluno bem comportado, mas um grande malandro,
atento e cumpridosrdos meus deveres escolares, mas danado
para a brincadeira,um adas minhas professoras, a D. Edite,
chamava-me
Placide, le père tranquile,
alusão a uma das belas páginas do livro de da disciplina de
Francês .
Sempre gostei da História e da língua de Molière e dos seus
heróis .
A primeira vez que vi Paris, foi um deslumbramento, a concre-
tização de um sonho antigo .
Habituado à Cidade das Sete Colinas,
fiquei completamente embasbacado quando vi o Arco do Tri-
unfo, com doze boulevards irradiando por toda a cidade, dividi-
da por uma gigantesca avenida, que ia da Bastilha, até ao Gran-
de Arco da Défense .
E depois, ver a Torre Eiffel, deixou-me uma imagem imortal .
Ir a Paris, e não ver a Grande Torre, era como ir a Roma e não
ver o Papa .
Quando me estava a preparar para o estágio profissional a que
estava obrigado, o meu chefe, o mausão Engº Diógenes Palha,
bem que me avisou :
" Ó Garcia, tenha muito cuidado com esses tipos .
Olhe que, para eles, todas as pessoas importantes, qualquer que
seja a sua origem, são todas francesas .
Cristo era Francês,
Marx era Francês,
Freud era francêsm
e assim por diante ".
"Não se deixe impressionar, mas concorde sempre com essa corja" .
Como dominava bem a língua, esse estágio foi um belo passeio para
mim, e aprendi muito, do ponto de vista técnico, social e fundamen-
talmente do ponto de vista intelectual e artístico .
Pois não era Paris ainda
A CIDADE DAS LUZES .
Era a primeira urbe que eu conhecera, mas nenhuma outra superou
tantas espectativas e tantas esperanças, pois era como se eu já tivesse
vivido em Paris, desde sempre .
Cada monumento, cada rua, cada estátua, faziam ressoar em mim, to-
da a glória que eu já havia vivido nos livros .
Era um autêntico filme contínuo, e a côres, que estava no meu espírito,
desde há muitos tempo .
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