sexta-feira, 12 de maio de 2017

O MILAGRE .

Como eu gostava de acreditar 
em milagres ...

Talvez o meu filho se tivesse safado do cancro assassino 
que o derrubou .

Talvez que se houvesse Deus, talvez Ele se tivesse apieda-
do do sofrimento inaudito  por que passou, e O tivesse pou-
pado dos horrores vividos durante o inferno da doença te-
naz, dando-Lhe algumas tréguas, por momentos .

Não seria preciso um grande milagre, talvez uma pequena
ajuda que O tivesse livrado, por mais algum tempo e Lhe
concedesse algum alívio a prazo, que Lhe minorasse o cor-
po e o espírito .

Ai, se houvesse milagres .

O Mário Pedro era uma daquelas pessoas que merecia um
pequeno adiantamento, de modo a poder acabar algumas 
das importantes tarefas que tinha entre mãos, uma pequena 
bolsa de tempo, não era preciso pedir muito, bastavam-lhe 
alguns créditos, para acabar a sua obra .

Como seria bom beneficiar de um Milagrezito, que pudesse 
alongar algum tempo de felicidade e de bem estar, cá na ter-
ra, mesmo que tivesse que pagar, e com juros elevados, para
saldar a sua dívida  no Além .

Ai, se houvesse milagres ...
.